Saudades Uterinas
Haja talvez um lugar
onde eu possa estar
em que me sinta amnioticamente
protegido?
Um conforto longinquo
afastado do mais infimo pulsar
onde abafados os sentidos
sintam somente a paz literal de um verbo estar.
Longe de qualquer acção, de qualquer movimento.
Um Lugar-Mãe
que me aperte novamente contra o seu peito
um fluído amniotico
que me faça sentir novamente O eleito
através de um amor de um organismo qualquer.
Faz-me falta ser filho outra vez.
Ser novamente alimentado por um umbigo de quem me ama,
num estado de pré-tudo de quem ainda nada quer.
Que saudades uterinas.
Se eu pudesse uma vez mais escolher
entre irromper pela a luz e o ruído adentro
ou ficar na calma e silenciosa escuridão de teu útero,
como um bêbado ao balcão de um bar na hora de fechar..
... deixar-me-ia estar
até chamarem a policia.
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Comentarios
Re: Saudades Uterinas
Mto boa poesia
é um enorme prazer ler-te
abraço
Re: Saudades Uterinas
Muchas Gracias Jopeman, MariaCarla, DanyFilipa, Marne e Henrique!!
Re: Saudades Uterinas
Saudades... "Um Lugar-Mãe"
"que me faça sentir novamente O eleito
através de um amor de um organismo qualquer."
Mas esse "organismo qualquer" já não será o mesmo de "Um Lugar-Mãe"!
Mas o Amor não tem limites :-)
Carla
Re: Saudades Uterinas
LINDO POEMA, GOSTEI MUITO!
Mas avise-me, quando for a hora do parto, para chamar a Policia Parteira, e que com isso não sejas um natimorto, e venha novamente nos brindar com tuas lindas Poesias!
Meus parabéns,
Marne
Re: Saudades Uterinas
Viesse a policia marne. Recusar-me-ia como um bêbado já bem bebido ao balcão de um bar na hora de fechar.
Só a policia seria capaz de me por fora de tamanho conforto uterino.
Rsss . Abraço!
Re: Saudades Uterinas
A saudade faz-nos escrever de forma fantástica…
:-)