Paradigma

Tempo que desbota o rosto
austero de um futuro incerto
borda de um estranho teto
que cobre meu corpo posto.

Fio que liga os momentos
liga meu corpo aos sentimentos
sentidos de uma mente inquieta
que sabe não controlar a meta

Experimento de mortalidade
negrito na vida sem qualidade
salta aos olhos a contramão
a vida em inversa direção

Nem delta, nem ômega, nem sigma
necessidade de mudar paradigma
Nem alfa, nem beta, nem gama
o mundo passa ao pé da minha cama

De mim as letras vão sumindo
apenas os clássicos são os imortais
mesmo mortos sempre parecem rindo
da vida dos humanos animais

Nessa dor uma grande chance
antes que a morte alcance
começar realmente a viver
exercitar a arte do esquecer

Olhar apenas para frente
amar, pois há tanta gente
abraçar o mundo num instante
escrever, mesmo diletante.

Respirar o hálito do mar
colorir o céu ao sol nascer
deitar os olhos ao infinito
romper o silêncio com um grito

VIVER!!!!!

Afinal o mundo é tão bonito...
E eu? Muito moça para morrer.

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Domingo, Abril 11, 2010 - 03:37

Poesia :

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analyra

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Comentarios

Imagen de nunomarques

Re: Paradigma

O parar no conformismo é afundar aos poucos as emoções numa letargia. Por vezes o melhor é dar um murro na mesa, pontapear a cadeira, abrir a porta e sair vivendo...

Muito, Muito gosto em te ler

Beijo
Nuno

Imagen de angelalugo

Re: Paradigma

Olá Ana

Maravilhoso o teu poema
este entrelaçamento entre
a vida que sopra e a morte
que leva o sopro com o qual
vivemos e amamos...Belíssimo

Beijinhos no coração

Imagen de LilaMarques

Re: Paradigma

Amiga querida,

Que belo poema! Lindamente delineado, como é teu jeito, com belas imagens e uma decisão linda!

Favorito, minha amiga!

Um beijo muito grande para ti.
A vida precisa de ti...

Imagen de IsabelPinto

Re: Paradigma

Olá Ana:)

Ao ler o teu poema lembrei-me...DE COMO É MUITO BOM VIVER! Afinal o tempo tudo ajuda a sanar e a vida continuar:)

Beijinhos em ti!
I

Imagen de Anonymous

Re: Paradigma

Oi Ana,
o teu poema, riquissimo em metáforas,
é mais um dos que me tocam pelo
simples facto de abraçares a esperança,
apesar de alguma desilusão que porventura
te marca ainda os dias.
Tens uma vida à frente para viver, sim... e nos
deliciares com o teu eu poético.
Grande abraço com amizade,
Vóny Ferreira

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