72 Horas

Sinto a ressaca do amor excessivo
e do exagero de estar vivo
nesse tempo de gesto passivo
e falar inexpressivo.

Preço de viver assim:
o estranho lucro
de burro xucro,
de doido maluco
que sonha o harém sem eunuco.

Da sacada assisto
o Homem restrito
que efeitiçado pelo rito,
ou por K. e pelo grito,
chora e berra aflito
e se queda contrito.
Qual será sua mandinga?
Tão moço ainda ...

Logo tomarei a Morfina sagrada
e a ausência indesejada,
por obra da bela amada
que mistura sopro e dentada.

Por onde A. andará?
Em qual tempo me esperará?
A chuva da madrugada
lavou a alma e o Nada,
nessa incerteza de calçada.

Anoitece a solidão que me traga
e essa angústia que nada afaga
ajeita-se na cama e cobra sua paga.

Submited by

Sábado, Abril 17, 2010 - 23:40

Poesia :

Sin votos aún

fabiovillela

Imagen de fabiovillela
Desconectado
Título: Moderador Poesia
Last seen: Hace 8 años 6 semanas
Integró: 05/07/2009
Posts:
Points: 6158

Add comment

Inicie sesión para enviar comentarios

other contents of fabiovillela

Tema Título Respuestas Lecturas Último envíoordenar por icono Idioma
Poesia/General Bruxas 2 2.863 07/14/2009 - 13:56 Portuguese
Poesia/General Por quem 1 4.090 07/12/2009 - 20:19 Portuguese
Poesia/Tristeza Outono 2 2.472 07/09/2009 - 18:26 Portuguese
Poesia/Dedicada Isabel 1 4.507 07/08/2009 - 12:08 Portuguese
Poesia/Aforismo "Vivere Est" 2 3.429 07/07/2009 - 17:57 Portuguese
Poesia/General Foto 1 3.368 07/04/2009 - 21:41 Portuguese