Sem limites pra amar

A vida olhou-me de cima com ar superior e lascivo
Ao se deparar com par de lágrimas no meu par de olhos opacos
E perguntou-me:
- Menina te é certo dizer agora que o amor entra nos limites da vida?
Minhas lágrimas se congelaram em meio ao longo trajeto pelo meu rosto
Minha voz mesmo ainda entre cortada soou meio melancólica mas certa:
-Não, nunca houve nem haverá limites pra amar!
Ela irada perguntou-me furiosa, como não há limites se me arrancou todos meus amores?
E então um sentimento me subiu pelo corpo e me fez crescer e se chegou à garganta travou
Saindo como num sussurro que se tornou voz altiva:
- Quem ama verdadeiramente abre a gaiola e se sujeita ficar sozinho,
Tudo pela felicidade daquele a quem ama
Em ambos meus amores dei-lhes a chance de ficar como partir, mesmo querendo impedir,
Mas nunca serei suficiente a fazê-los ficar, mas pelo menos sei amar
Do que vai me adiantar um pássaro se lamentando enjaulado?
Se mesmo ao longe posso ouvi-lo cantando doces cantigas de liberdade,
A vida decepcionada me lançou uma praga de jamais novamente amar,
Ela me condenou a voltar pro calabouço de onde vim, da fenda onde sai retornar,
Mas de meus amores me ficou tanto, e tantos “Amo-te” que arranquei,
Cada sorriso que provoquei, cada olhar que roubei, cada lágrima que compartilhei,
Ficou em mim costumes, aprendi muito, até que quem luta sempre alcança,
Ficou tantos versos de risos, de lágrimas, de amores até um livro nasceu,
Mesmo tendo eu que pedir sorrisos, mesmo tendo de mendigar minutos,
Mesmo tendo suplicado olhares, mesmo tendo implorado encontros,
Mesmo ao pedir em prantos pra não me abandonar
Tudo valeu à pena, pois provei pela última vez a essência do doce fel de amar
Degustei da saudade, do abandono, do palpitar do peito, das mãos geladas,
Saboreei novamente do triste adeus, da partida antes da chegada,
Sim amei loucamente, doentiamente, obsessivamente, fielmente,
Abri a gaiola ao meu Sonho, pois quem sabe sinta fome do meu olhar,
Do meu sorriso vontade, de minhas palavras dedicadas falta
E retorne pra se fartar de todo amor que tenho guardado só pra ele
E de meu colo faça ninho a se abrigar, tornando a me dar razão a respirar,
Voe Quimera minha, solidão prometeu ficar e cuidar de meu coração,
Amei mais que ninguém cegamente, me possuiu mais que qualquer um
Um amor sem fronteiras, mas tenho um restinho de esperança
Do dia render-se a noite e a noite entregar para o dia,
Veremos quem é mais forte
O destino, a fronteira, a sorte, a distancia, a saudade
Ou um amor que me consumira até a morte,
Mas ei de amar, ei de esperar meu Sonho ao longe já voando
Resolver voltar pros braços meus sem ter hora pra partir,
Sem ter que mendigar um instante a mais, um minuto
Ou o sorriso que dizias ser meu que sorria em covinha só minha, só minha,
Mas que nada era meu, apenas saudade, ausência e dolorida distancia
Sou a menina desafiada pela vida que jamais haverá alegria,
Porém ao lado de meu Sonho, sim eu viveria feliz.

03-05-2010.

Lhes deixo os cacos que restaram de mim ...

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Martes, Mayo 4, 2010 - 03:30

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AlliniedeCastro

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E perguntou-me:
- Menina te é certo dizer agora que o amor entra nos limites da vida?
Minhas lágrimas se congelaram em meio ao longo trajeto pelo meu rosto
Minha voz mesmo ainda entre cortada soou meio melancólica mas certa:
-Não, nunca houve nem haverá limites pra amar!

Poema bonito!

:-)

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