o entendimento completo da morte.
Fico suspenso na água
a noite cheira a rosas e o milagre da pobreza
é deixar cair o incognito perfume dos olhos.
Suspenso na água e de patas penduradas no hemisfériO
tento refazer o mundo. É este o sinal para accionar as transformações do corpo.
Suspenso na água vejo os meus olhos
e não são os olhos que vejo
mas a água.
Não ter segredos é simples
o mistério de morrer é esperar e entre o mistério do que se espera
e o inesperado de não se saber onde ficaram os olhos nós tentamos e o tentar é a imperfeita conjugação de pensar que qualquer coisa é a sensação particular das coisas comuns.
Não ter rotina é morrer as coisas comuns fazem falta á paixão.
Fico suspenso na água e de pernas para o ar imagino-me um poeta que recita uma canção na sola dos sapatos velhos. Aquele barulho, aquele andar da multidão que parece que mexe, que parece que anda e que muda de posição quando parece estar a despir a terra e a terra fica nos sapatos como a musica nos dedos ou simplesmente como a respiração que se vai do corpo.
Fico suspenso na água
a noite cheira a rosas bravas
existir é ter cuidado e ter cuidado é desfolhar o amor e não ter cuidado é a unica atenção que o amor precisa para se equilibrar pois nunca se sabe como os homens se equilibram e contudo sabemos que encontram uma certa firmeza.
Assim o mar
assim o amor e todas as coisas misturadas.
Os homens livres e os outros e as mulheres para que não se diga que falta uma cor.
E é sempre a natureza esse milagre
essa transformação do cisne feio
no amor verdadeiramente universal e poderoso.
Não há nada que o amor não faça
para espantar os homens comuns e esse é o milagre do amor e isso é não entender nada e ter no entanto uma qualquer admiração que fosse o entendimento completo da morte.
lobo
Submited by
Poesia :
- Inicie sesión para enviar comentarios
- 921 reads
other contents of lobo
Tema | Título | Respuestas | Lecturas |
Último envío![]() |
Idioma | |
---|---|---|---|---|---|---|
Poesia/Aforismo | A morte da mulher do Dono do hotel | 0 | 1.673 | 05/21/2011 - 12:29 | Portuguese | |
Poesia/Dedicada | O que se passa agora | 0 | 1.389 | 05/19/2011 - 17:37 | Portuguese | |
Poesia/General | Levei a rua pela mão | 3 | 2.216 | 05/10/2011 - 00:57 | Portuguese | |
Poesia/Dedicada | Os putos são soldados | 1 | 1.241 | 05/08/2011 - 21:10 | Portuguese | |
Poesia/General | A dança da cobra | 1 | 1.913 | 05/06/2011 - 12:17 | Portuguese | |
Poesia/General | A água inteira na cabeça | 2 | 1.446 | 05/05/2011 - 22:25 | Portuguese | |
Poesia/Dedicada | Acreditar | 1 | 1.898 | 05/04/2011 - 18:22 | Portuguese | |
Poesia/General | desesperar | 1 | 2.320 | 05/03/2011 - 23:49 | Portuguese | |
Poesia/Aforismo | Vamos engolir o mar | 1 | 1.317 | 04/29/2011 - 17:07 | Portuguese | |
Poesia/Aforismo | Vamos engolir o mar | 1 | 1.699 | 04/29/2011 - 17:05 | Portuguese | |
Poesia/General | Levei a rua pela mão | 1 | 1.433 | 04/29/2011 - 16:48 | Portuguese | |
Poesia/Aforismo | Despiu a roupa | 3 | 2.271 | 04/28/2011 - 23:08 | Portuguese | |
Poesia/Aforismo | O sangue na carne | 1 | 1.401 | 04/26/2011 - 11:50 | Portuguese | |
Poesia/Amor | Vieste como fogo | 1 | 1.881 | 04/25/2011 - 15:00 | Portuguese | |
Poesia/Amor | O amor dá tudo o que tem | 2 | 2.280 | 04/17/2011 - 02:09 | Portuguese | |
Poesia/General | Crucificados nos postes electricos | 0 | 2.997 | 04/14/2011 - 01:25 | Portuguese | |
Poesia/General | A abelha fez o mel na caligrafia | 0 | 2.311 | 04/12/2011 - 17:53 | Portuguese | |
Poesia/Intervención | Se o copo tem veneno | 2 | 1.490 | 04/06/2011 - 00:43 | Portuguese | |
Poesia/General | Meias Solas | 1 | 827 | 04/01/2011 - 22:55 | Portuguese | |
Poesia/General | perdi uma asa | 3 | 1.151 | 04/01/2011 - 08:40 | Portuguese | |
Poesia/General | perdi uma asa | 0 | 1.383 | 03/31/2011 - 06:21 | Portuguese | |
Poesia/General | perdi uma asa | 0 | 1.107 | 03/31/2011 - 06:20 | Portuguese | |
Poesia/General | Ontem a chuva fotografou | 2 | 856 | 03/30/2011 - 01:10 | Portuguese | |
Poesia/Canción | A mdrugada é um cheiro | 3 | 1.695 | 03/24/2011 - 18:20 | Portuguese | |
Poesia/Aforismo | Um velho marioneta | 0 | 1.736 | 03/24/2011 - 02:15 | Portuguese |
Add comment