Os sons
Onomatopéias, oscilação sonora
Parecia a resposta do vento
Ventando, comunicando e a falar
Falando num só mover
Que tudo parece morrer
E eu vivo, transformo vaidades em concretude
Vivo e falo aos quatro cantos do mundo do meu orgulho poliglota
E faço arte, reproduzo o existir segundo minhas paranóias
Criando felicidade entristeço-me com a impossibilidade de reviver acordando com minhas hipocrisias
Sim, sou demasiado hipocrita: calado julgo o que falando entrego
Externo o verbo, interno precipícios
E quando ando, corro ao abismo outro e estendo a mão
(Pendurado, pronto a cair, reerguido, apto a seguir)
E andando não percebo o quão baseio meus passos na hipocrisia
Onomatopéias, as nunvens chegando
Avisam dos prantos vindos de longe
E longe é, na verdade, aqui
Onde agora não chove, não brilha o sol
Onde agora não chove, condena o sol
Parece, no entando que, o brilho condena
Antenas, aeronaves, extratosfera
Explodem, expulsam, aportam
Um medo trancado é um medo vivido
Estou disposto a morrer por mim
Li uns textos e tornei-me sábio
Ainda não sei o bem de saber sem viver
Perguntam do amor e da vida certos de que possuem a resposta certa
Sabendo, por que perguntam?
Por que a dúvida esclarecida gera nova dúvida?
Li alguns livros e tornei-me vivido
Não entendi a função da ficção em meu viver
Onomatopéias, os carros passando
Quando param os giros, a vida tende a seguir
Ainda que morta em vida, vive por si
Até que a escolha derradeira seja a morte
(A vida vive por si)
Os braços cansam, as pálpebras quase vencem o olhar fixo...
Parece que há por aqui uma longa jornada a ser feita:
A baixo ou a cima, quem decide sempre sou eu
E quando os sons cessarem, cessarei com a minha descrença na capacidade humana de mudar o mundo
Mudo, sou imperfeito
Dizendo, mostro defeitos que, meus, tangem a sinceridade da escrita que ledes.
Submited by
Poesia :
- Inicie sesión para enviar comentarios
- 603 reads
Add comment
other contents of robsondesouza
Tema | Título | Respuestas | Lecturas | Último envío | Idioma | |
---|---|---|---|---|---|---|
Poesia/Desilusión | Semblante | 2 | 801 | 02/06/2010 - 01:32 | Portuguese | |
Poesia/Dedicada | Ajuda-me | 4 | 740 | 02/05/2010 - 17:17 | Portuguese | |
Poesia/Tristeza | Terror visto de outra faixa | 3 | 678 | 02/05/2010 - 15:09 | Portuguese | |
Poesia/Aforismo | Partícipe | 3 | 544 | 02/04/2010 - 09:51 | Portuguese | |
Poesia/Aforismo | Eu-Lírico, Eu mesmo | 5 | 642 | 02/04/2010 - 09:49 | Portuguese | |
Poesia/Tristeza | Teste: Refaço-me enquanto destruo | 3 | 1.016 | 02/03/2010 - 02:13 | Portuguese | |
Poesia/General | Hoje- A data irretocável | 2 | 660 | 02/03/2010 - 00:26 | Portuguese | |
Poesia/Meditación | Sujeito indeterminado | 1 | 3.149 | 02/02/2010 - 23:33 | Portuguese | |
Poesia/Tristeza | Vã permanencia | 2 | 754 | 02/01/2010 - 01:56 | Portuguese | |
Poesia/Dedicada | Temo! | 2 | 724 | 01/31/2010 - 18:53 | Portuguese | |
Poesia/Tristeza | Alegoria à carência humana | 4 | 1.147 | 01/30/2010 - 10:12 | Portuguese | |
Poesia/Comedia | Entretanto e Porém | 2 | 746 | 01/30/2010 - 09:58 | Portuguese | |
Poesia/Desilusión | Para criança dormir | 2 | 848 | 01/29/2010 - 00:26 | Portuguese | |
Poesia/Alegria | Rês de Três | 1 | 1.031 | 01/28/2010 - 21:27 | Portuguese | |
Poesia/Meditación | Sopa de informações | 4 | 396 | 01/27/2010 - 18:43 | Portuguese | |
Poesia/Meditación | Estado de desatenção provisório | 4 | 864 | 01/27/2010 - 18:42 | Portuguese | |
Poesia/Tristeza | Tapa-olhos | 2 | 977 | 01/27/2010 - 18:41 | Portuguese | |
Poesia/Tristeza | Vago | 3 | 723 | 01/27/2010 - 18:37 | Portuguese | |
Ministério da Poesia/Desilusión | Pseudo-isolamento | 0 | 2.331 | 01/18/2010 - 15:46 | Portuguese |
Comentarios
Re: Os sons
"Mudo, sou imperfeito
Dizendo, mostro defeitos que, meus, tangem a sinceridade da escrita que ledes."
Pior eu que mesmo gritando sou sempre NADA ecoando no vácuo dos meus pensamentos.
O pensando bem... melhor ser nada... Mas ter teus belos sons para refletir, eu nunca tornei-me nem me tornarei sábia, vivida eu já nasci...Na verdade o que me faz e desfaz é a loucura que me imputa sempre a dúvida: Afinal qual o sentido desta coisa toda chamada vida?