Fantasia III - O meu próximo sentir

O telefone deixou de tocar
atrás da grade de ferro.
Da varanda vejo os brilhantes
serem reflexos de todas as janelas.
.
O copo de porcelana
verga-se nas lentes graduadas de um grito
que veste preto de madrugada
e se despe de sonhos ao entardecer.
.
Muitas vezes abri a porta do carro
perante um céu de estrelas fixas
nos ramos de árvores quebradiças
no sinónimo da tua indiferença.
.
O fermento da minha esperança
confunde-se com o bolor
de um tecto flexível,
sem baterias de energia renovável.
.
Escrevi-te imensas palavras
que amordaçaste num silêncio feroz;
Sorris, embora ousasses um dia
dizer que te perturbava a minha dor.
.
Curto-circuito e uma escuridão imensa.
Os nervos fundidos debaixo da pele
com um perfume fechado a cadedado
declarando inerte o meu próximo sentir.

rainbowsky

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Jueves, Julio 29, 2010 - 23:26

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rainbowsky

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Comentarios

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Re: Fantasia III - O meu próximo sentir

Rain,

Belo poema

Abraço

Cecilia Iacona

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Re: Fantasia III - O meu próximo sentir

O copo de porcelana
verga-se nas lentes graduadas de um grito...

Fantástico!!!

:-)

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