Ébrio de amor

É o quarto chope!

Há muito tempo
não rodava tanto o copo
e, não é só por causa do calor
ah, essa febre, esse ardor

Faz muito tempo
não me sentia tão solitário
quase chamando copo de amigo
e urubu de meu louro

Sou eu mesmo grilo falante
sou eu próprio ouvinte
sendo escrevente da dor
de próprio punho, cala-dor

Sei que vivo, pois o coração bate
ferido, não se revela assim totalmente,
é só mente, racional, pulsante
do que foi um dia amante, flamente...

O coração tal como este copo
se sente vazio (de sangue, de chope),
ansia por um gole, bate em seco,
engole em vão, angina de peito

É uma nova canção rolando no peito...
diz a música na vitrola do boteco,
pra amenizar esta dor de cotovelo
e assim pela primeira vez, nos derrotamos...

Um gole não dá pra aplacar esta dor,
tampouco um porre, no máximo naúsea
uma boa (ou má) dor de cabeça,
e uma sensação de vazio, que faz a falta do amor.

AjAraújo, o poeta humanista, escrito em dezembro de 1980.

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Jueves, Agosto 5, 2010 - 04:09

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AjAraujo

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O coração tal como este

O coração tal como este copo
se sente vazio (de sangue, de chope),
ansia por um gole, bate em seco,
engole em vão, angina de peito

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Re: Ébrio de amor

Gostei de ler…

Parabéns

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