AMAR TAMBÉM MAGOA
AMAR TAMBÉM MAGOA
E a gota caiu
O vento soprou
Rugindo partiu
Ninguém mais o viu
Também não voltou.
E a gota rolava
Tão leve, dolente.
A mão tacteava
No vazio do nada
Já tarde o poente.
Partindo para sempre
Na bruma cerrada.
Cruzou o teu rosto
Morrendo na boca
E o poente já posto
Selou o desgosto
Duma esperança rota.
Já não há razão
E o grito se entorna
Nas linhas da mão
Nas pedras do chão
Ao som da bigorna.
Entoou no espanto
O tom eficaz
Quebrando o encanto
De tudo e de tanto
Que a vida nos traz
E murcham os dias
O riso se espalma
Na dor das quantias
Esgarçar de poesias
Que acordam a alma.
Percebemos no espaço
Na rédea do tempo
No cheiro a bagaço
A quebra do laço
Que nos ata o passo
Por fora e por dentro.
Outra gota não hesita
Ríspida, solta-se à toa
Rolando ciente, aflita
Provando pura e erudita
Que o amor
Também magoa.
Regensburg
03-06-2010
Beija-flor
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Comentarios
Re: AMAR TAMBÉM MAGOA
Olá caro poeta
Já tinha lido este teu poema
mas não tive tempo para o comentar
O amar magoa sim e como magoa mais
dia menos dia sempre encontramos
aquilo que nos deixa aflito...
Parabéns!
Beijinhos no coração
Re: AMAR TAMBÉM MAGOA
Os meus parabéns Beija-flor pelo bonito poema.
Um abraço
Melo