Argila e Lágrima *
Moldei um novo rosto
no barro fresco do incerto
e reescrevi meu antigo jeito de caminhar:
trôpego e feliz.
Mergulhei de novo
no antigo rosto pra resgatar
o bom rosto quase esquecido no incesto.
Descobri num quase surto
que de novo em meu rosto
só residem as marcas do cansaço,
as surras da enciumada realidade,
a este barro que me inunda
até a alma.
* Série de Poemas manuscritos nos anos 70, período da ditadura militar no Brasil, por um jovem poeta Anônimo.
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Domingo, Septiembre 19, 2010 - 00:31
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Argila e Lágrima
Neste poema surreal, o poeta faz do barro, não apenas um molde para a face, mas um espelho para mostrar o que havia antes.