Quem conta um conto aumenta um ponto

Em uma cidadezinha de interior cujo o nome ninguém sabia e sua localização era desconhecida, vivia um velhinho contador de Histórias, conhecido por todos como Vovô. Este senhor de cabelos brancos, feição rosada, barba por fazer e um belo sorriso sempre estampado em seu rosto amigo, todas as manhãs sentava no banco do seu jardim, com uma caneca de café na mão e em sua outra mão uma rosa.
Quando o bom velhinho ali aparecia a festa estava feita, logo todas as crianças e também adultos não perdiam tempo, procuravam um cantinho naquele jardim onde a cada brisa sentida, um novo perfume das flores com ela era trazida.
Todos ficavam ansiosos esperando a voz suave e calma de Vovô anunciar qual seria a história que hoje fora escolhida, o silêncio era tão profundo que podia se ouvir o bater das asas de uma borboleta.
Vovô então começou:
- Meus queridos hoje vou lhes contar a história de uma menina que não sabia rimar, seu nome era Aninha.
Aninha menina de cabelos curtos e armados, canelas finas feitas duas varetas, olhos sempre vibrantes levava em sua mão um pedaço de papel e uma pobre caneta. Sua voz era estridente como de uma maritaca atacada. (o silêncio fora quebrado pelas gargalhadas).
Todos os dias Aninha mal acabava de acordar e ia correndo para o pedaço de papel.
Da cozinha a Mãe falava;
- Aninha minha filha você já escovou os seus dentes?
Do quarto a menina gritava:
- Sim mamãe, escovei ontem.
Já para o banheiro menina e depois venha tomar seu café e somente depois de recolher a mesa você poderá escrever, dizia a Mãe já acostumada.
Aninha recolhia a mesa e já puxava o papel que ali mesmo deixava e enquanto a mãe lavava a louça, a menina em sua poesia se concentrava.

O pato faz qua qua,
O cachorro faz au au,
O sapo faz barulho esquisito,
E o gato faz miau...

Este já era o verso que demorará quase duas semanas para ficar pronto, Aninha estava a trabalhar no próximo;

Eu gosto de peixinho,
Do fundo do meu coração,
Ele é o meu amigo,
Do mar é minha...

Aninha coçou a cabeça e sem se esforçar muito como sempre fazia ela gritou:
-Mamãe, manhe, o que rima com coração?
A mãe docemente respondia:
- Coração rima com Paixão, Aninha.
E lá ia a menina:
Eu gosto de peixinho,
Do fundo do meu coração,
Ele é o meu amigo,
Do mar é minha paixão...

- Aninha depois de semanas finalmente conseguiu fazer sua poesia.
Vovô com um sorriso na face terminava a sua história do dia, deixando para todos refletir a lição que a história transmitia.
Jamais desistam de seus sonhos, um dia você o realizará., e quando pensar que ira esmoecer sempre terá alguém para te ajudar
E no outro dia lá estava o velhinho com uma caneta na mão e um chapéu na outra.