ESQUEMATISMO - Filosofia Sem Mistérios - Dicionário Sintético

ESQUEMATISMO – do grego “SKEMA” = contorno, delimita-ção, forma, figura. Essa tendência filosófica foi usada, sobretudo, por KANT (1724/1804, Alemanha) em sua Teoria do Conhecimento. Para o filósofo, o Esquema é aquilo que permite a aplicação dos “Conceitos Puros (o Tempo e o Espaço, que são noções que o Indi-víduo tem mesmo antes de qualquer experiência)” sobre tudo aquilo que foi captado na Experiência Empírica (que estuda os fenôme-nos usando os Sentidos: tato, paladar, audição, visão, olfato). Grosso modo, podemos imaginar o “Esquema” como se fosse um “molde” de alfaiates. Sobre uma peça de tecido (o con-junto das informações captadas), tal “molde” seria colocado e aquela massa de tecido seria organizada de acordo com os limites do “molde”. O “tecido” que não pôde ser ajustado é descartado, tal como acontece com os resultados das Experi-ências que não passam pelo filtro do Esquema Intelectual e são esquecidos sem gerar Conhecimento ou efetivo Saber. A partir dessa metáfora fica mais fácil entender o que KANT afirmou quando disse: “tudo que acontece, acontece em certo Espaço e em determinado Tempo”. De fato, se não se pode localizar certo “acontecimento” ou “resultado de alguma experiência” dentro desse “Esquema de Tempo e Espaço”, pois a percepção que fora captada pelos Sentidos (tato, paladar, audição ...) não é retida e, claro, não pode ser Processada Intelectualmente gerando o efetivo Saber. Outros exemplos de Esquemas existem em bom número, como a planta de uma casa, o desenho de uma máquina etc. Em termos de vida prática podemos definir o Esquema como um conjunto de instruções, desenhadas ou não. Todavia, em termos de Filosofia, a definição é um pouco mais difícil, na medida em que se trabalha com vetores abstratos, de ordem Intelectual. Conforme o exemplo acima, mais que um con-junto de instruções, seria mais um modelo de como tudo deve ser organizado, segundo as “exigências” ou “caracterís-ticas” ou “possibilidades” do “molde”, sob pena de serem invalidados os itens que não se ajustarem. Pelo fato de ser um produto da imaginação, que não forma nenhuma imagem (como desenhar o “Tempo”, o “Espaço”?), a dificuldade se estabelece e o próprio KANT admitia essa dificuldade.

Submited by

Jueves, Enero 28, 2010 - 12:47

Prosas :

Sin votos aún

fabiovillela

Imagen de fabiovillela
Desconectado
Título: Moderador Poesia
Last seen: Hace 7 años 28 semanas
Integró: 05/07/2009
Posts:
Points: 6158

Comentarios

Imagen de RobertoEstevesdaFonseca

Re: Filosofia Sem Mistérios - Dicionário Sintético

Parabéns pelo belo texto.

Um abraço,
Roberto

Add comment

Inicie sesión para enviar comentarios

other contents of fabiovillela

Tema Título Respuestasordenar por icono Lecturas Último envío Idioma
Prosas/Otros Arne NAESS - Filósofos Modernos e Contemporâneos 0 2.406 06/27/2012 - 12:32 Portuguese
Poesia/Fantasía Rex Tirano Candidato 0 1.819 09/18/2010 - 23:40 Portuguese
Prosas/Otros Filosofia Moderna e Contemporânea - ORTEGA y GASSET, José - o Livre-Arbítrio - Eu sou eu e as minhas circunstâncias. 0 3.324 05/22/2012 - 23:25 Portuguese
Poesia/Amor Laços e Fitas 0 1.660 05/16/2013 - 20:28 Portuguese
Poesia/General 21 de Brasil 0 1.341 04/21/2013 - 16:14 Portuguese
Poesia/Dedicada Lusos Poetas 0 1.721 11/17/2010 - 23:42 Portuguese
Poesia/General Por quem 0 2.056 11/17/2010 - 23:42 Portuguese
Poesia/Amor Ceia 0 2.199 11/17/2010 - 23:43 Portuguese
Poesia/General Escritas 0 2.185 11/17/2010 - 23:46 Portuguese
Poesia/Soneto Soneto Leve 0 3.000 11/17/2010 - 23:46 Portuguese
Poesia/Amor Brilho 0 3.251 11/17/2010 - 23:46 Portuguese
Poesia/Amor O Tarô e o Amor 0 1.497 11/17/2010 - 23:46 Portuguese
Poesia/General Que 0 3.152 07/23/2009 - 21:35 Portuguese
Poesia/Tristeza Febre 0 2.399 11/17/2010 - 23:50 Portuguese
Poesia/General Faça-se 0 5.236 11/17/2010 - 23:50 Portuguese
Poesia/General Canário 0 1.323 11/17/2010 - 23:50 Portuguese
Poesia/General Indigências 0 1.365 11/17/2010 - 23:51 Portuguese
Poesia/Tristeza Hotéis 0 2.420 11/17/2010 - 23:53 Portuguese
Poesia/Aforismo Cultivar 0 2.066 11/17/2010 - 23:54 Portuguese
Poesia/Tristeza Morfina 0 1.966 11/17/2010 - 23:54 Portuguese
Poesia/Amor Corpos 0 1.568 08/27/2009 - 05:15 Portuguese
Poesia/General Intervalo e Avenida 0 1.277 05/30/2013 - 16:56 Portuguese
Poesia/General O Sol e a Sereia 0 1.874 11/17/2010 - 23:54 Portuguese
Poesia/General Cultura de Almanaque 0 2.075 11/17/2010 - 23:58 Portuguese
Prosas/Otros Schopenhauer e o Idealismo Alemão - O Suicidio - Parte VIII 0 2.664 06/30/2014 - 21:53 Portuguese