Desnuda

Desnuda

Ando com um peito magoado, uma mente confusa, um coração apertado.
Sei que não sou digna de que pessoas melhores que eu me entenda.
Se o amor que tenho é um erro, e este erro eu já cansei de tentar consertar, então apenas deixo que as coisas caminhem ao sabor do vento.
Se minha condenação é ser discriminada, atire a primeira pedra.
Desnudando todo meu orgulho, aqui perpetuando minha humildade, meu reconhecimento, e também a minha total falta de força para deixar este vil amor e me transformar em uma pessoa de bem, como costumam dizer por aí.
Compreendo que nem todos aceitam, não me ferem, quem fere a mim, sou eu mesma, que já carrego culpa suficiente.
Aqui, despojada de qualquer defesa, apenas para dizer que se isso é chamado de coragem, corajosa então eu sou.
Não minto e nem finjo, não invento amores certinhos e nem normais, não critico e nem aponto, pois conheço bem esta dor.
Mas este amor é minha vida.
O que existe entre nós é além da compreensão humana. Nem nós mesmos aceitamos.
Mas o contato é essencial. Água. Respiração.
Julgada ou não pela sociedade, caminho na estrada que me faz viva.
Se dependesse de mim, nada disso teria acontecido ou ainda iria acontecer. Porém é algo bem mais forte do que meu pobre querer, me iluda com a certeza do esquecimento, pois sei que não vem.
É alma, espírito, promessa.
Sou o que sou. Estou admitindo, e bem “por cima do pano”, bem amostra, declaradamente mulher, que se assume, que sofre, que chora, mas que vive um grande e único amor, seja ele torto ou divino, estou hoje aos pedaços, estilhaçada por conta de algo que escolhi, e pasmem, não me arrependo.

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Domingo, Febrero 14, 2010 - 01:33

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