A lenda de Enoah - Capitulo 9

fim da tarde caiu vermelho e pesaroso sobre o reino efervescente de Orkutt.
No alto da grande torre, Pretorius observava lacónicamente a densa paisagem que rodeava os limites do reino, enquanto meditava nos preparativos dos próximos dias.
De nariz aquilino levantado e queixo saliente, Pretorius " O Duro" , era a imagem da austeridade própriamente dita.
Em breve "O Festival dos Mortos" iria atrair para o reino, visitantes de outras localidades, artistas de circo, mercenários, predadores, prostitutas e gentes de dinheiro. tal concentração de gentios, reforçava a necessidade de um excesso de zelo na segurança. Contudo, não era só o Festival dos Mortos e a programação das festividades que lhe exigia meditação. Ocultados pelas festividades, Pretorius iria se reunir com os lideres de reinos vizinhos e iria solicitar ajuda na invasão a Ischtfall. Era o momento certo de vingar a derrota de Arkhan. Não que lhe interessa-se propriamente a conquista do reino em si, uma vez que nunca fora incomodado por Leopoldo II, mas queria ter o livre acesso ás montanhas e Pretorius estava convencido que se derrota-se Ischtfall, o grande Deus Rahr, limparia com um sopro o pântano de Arkhan, e as crenças ridiculas de monstros e seres hediondos, desapareciam para sempre.
Todos os reinos beneficiariam da conquista e Ischtfall entraria nas rotas comerciais dos Almocreves. Mas para isso era preciso derrotar Leopoldo II, e colocar no seu lugar alguem fiel á causa de Rahr. Alguem que o povo de Ischtfall aceitasse como seu lider,alguem como Vlad Gambinus.
O sentido de opurtunidade tinha sido o caminho que Pretorius usara para ascender ao cargo que ocupa. Orgutt nem sempre fora um reino, mas a nomenclatura resulta da fusão de dois clãs, outrora rivais.
O clã de Orgensen , chefe guerreiro e pai de Pretorius e o clão de Guttekzar, marcadamente de carcter mercantil rural.
Durante mais de trinta anos guerrearam entre si, numa rivalidade de sangue, mas aos dezaseis anos Pretorius propôs a fusão dos dois clãs e lentamente a ideia ganhou forma.
Hoje, vinte e três anos depois Pretorius reunia novamente as condições necessárias para ser bem sucedido. Havia se precipitado na primeira vez que tentou tomar Ischtfall, mas desta vez, com o apoio de reinos e Clãs vizinhos, reuniria mais de quarenta mil homens e catapultas e após o festival, rumaria a Ischtfall onde seria vitorioso. Não existia á face de Arkham, alguem que pudesse, desta vez estragar-lhe os planos.
Pretorius colocou a coroa na cabeça e saiu dos seus aposentos em direcção á sala de comando onde o esperava o General Travis.
Travis era o seu homem de confiança e o seu maior estratega militar. Era igualmente a cabeça de batalha, em toda a próxima conquista:
-Haveis tido noticias de Ischtfall?
-Não, meu rei. Tudo permanece igual.
-Haveis cumprido o que vos pedi?
-Quarenta arqueiros partiram para tomar posição, na floresta de Arkhan. E hoje mesmo o décimo quarto batalhão de infantaria, partirá par se reunir a eles.
-Excelente. Esses homens serão suficientes para rumarem ás montanhas. Conquistaremos as montanhas primeiro. Se Gambinus estiver correcto, não passam de uma duzia de homens e mulheres ignorados por LeopoldoII. Será o local X, onde reuniremos um exército flanqueador, para assumir o apoio ao grosso que atacará Ischtfall.
-Uma boa solução, meu rei.
-Leopoldo II não saberá da conquista e os meus homens respirarão de alivio, não terem de esperar em Arkhan.
-Sim, meu rei.
Pretorius sorriu de satisfação e dirigiu-se ao exterior do grande castelo de pedra, subiu a amurada para a grande muralha e uma vez mais contemplando o exterior, murmurou de satisfação:
-Com a conquista de Arkhan, serei Imperdaor. O imperador Pretorius....Ah, se meu pai me visse agora!
Como que acordando de um sonho, olhou de soslaio para o seu general e indagou:
-Parecei apreensivo! Em que pensais?
-Senhor, desculpe-me. Mas Arkhan é um sitio perigoso, e cravejado de salteadores. Temo que possamos cair numa emboscada, e não chegarmos ás montanhas.
Pretorius meditou e de seguida de sorriso rasgado, ordenou o toque de reunir, onde silvos de cornetas, ecoaram no adro do castelo. Como autómatos, mais de dois mil homens acorreram ao pedido das cornetas:
-Salteadores e peões das Montanhas, contra o melhor exército de Arkhan? Ah,aha,ah...descansai meu leal general. Estaremos prontos para qualquer imprevisto, mesmo para bruxaria.
-Perdão por ter hesitado, meu Rei.
-Pelo contrário, fazeis bem em estar desconfiado. Mas nada temeis. Arkhan será nosso!

--------------------Fim Capitulo 9

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Sábado, Mayo 1, 2010 - 00:04

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Re: A lenda de Enoah - Capitulo 9

Vou para o décimo.
Beijos

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Re: A lenda de Enoah - Capitulo 9

Orgutt revela-se, filho da fusão de dois reinos outrora rivais, é agora um reino forte e bem dirigido q pode, de facto, ameaçar e absorver Ithsfal...
E surge Pretorius, uma nova personagem, forte, destemido, cheio de visão, q será eventualmente a maior ameaça para Enoah e Percival...
No meio da vontade de cada lado, ergue-se Arkhan, solo inospito e agreste q ameaça tanto a ambição de Pretorious, como a missão de Enoah e Percival...
E Gambinus, ainda q aliciado pelo poder de se tornar rei de Ithsfal, estara disposto depois a ser uma marioneta de Pretorious?
Cada capitulo é um novo mundo q se abre, um novo universo de personagens...
Fico aqui de pedra e cal, à espera do 10!
Beijinho em ti!
Inês

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