Crepuscular

Crepuscular

Há no ambiente um murmúrio de queixume,
De desejos de amor, d'ais comprimidos...
Uma ternura esparsa de balidos,
Sente-se esmorecer como um perfume.
As madressilvas murcham nos silvados
E o aroma que exalam pelo espaço,
Tem delíquios de gozo e de cansaço,
Nervosos, femininos, delicados,
Sentem-se espasmos, agonias d'ave,
Inapreensíveis, mínimas, serenas...
_ Tenho entre as mãos as tuas mãos pequenas,
O meu olhar no teu olhar suave.
As tuas mãos tão brancas d'anemia...
Os teus olhos tão meigos de tristeza...
_ É este enlanguescer da natureza,
Este vago sofrer do fim do dia.

Camilo Pessanha

Submited by

Jueves, Abril 9, 2009 - 22:15

Poesia Consagrada :

Sin votos aún

CamiloPessanha

Imagen de CamiloPessanha
Desconectado
Título: Membro
Last seen: Hace 13 años 19 semanas
Integró: 04/09/2009
Posts:
Points: 150

Add comment

Inicie sesión para enviar comentarios

other contents of CamiloPessanha

Tema Título Respuestas Lecturas Último envíoordenar por icono Idioma
Fotos/Perfil Camilo Pessanha 0 906 11/23/2010 - 23:37 Portuguese
Poesia Consagrada/General Final 0 688 11/19/2010 - 15:49 Portuguese
Poesia Consagrada/General Voz débil que passas 0 646 11/19/2010 - 15:49 Portuguese
Poesia Consagrada/General Se andava no Jardim 0 819 11/19/2010 - 15:49 Portuguese
Poesia Consagrada/General Singra o navio. Sob a agua clara 0 769 11/19/2010 - 15:49 Portuguese
Poesia Consagrada/General Ó meu coração torna para traz 0 664 11/19/2010 - 15:49 Portuguese
Poesia Consagrada/General Esvelta surge! Vem das aguas, nua 0 838 11/19/2010 - 15:49 Portuguese
Poesia Consagrada/Soneto Desce em folhedos tenros a collina 0 628 11/19/2010 - 15:49 Portuguese
Poesia Consagrada/Soneto Tatuagens complicadas do meu peito 0 1.093 11/19/2010 - 15:49 Portuguese
Poesia Consagrada/General Estátua 0 505 11/19/2010 - 15:49 Portuguese
Poesia Consagrada/General Caminho 0 757 11/19/2010 - 15:49 Portuguese
Poesia Consagrada/General Interrogação 0 618 11/19/2010 - 15:49 Portuguese
Poesia Consagrada/General Viola Chinesa 0 690 11/19/2010 - 15:49 Portuguese
Poesia Consagrada/General Castelo de Óbidos 0 625 11/19/2010 - 15:49 Portuguese
Poesia Consagrada/General Violoncelo 0 647 11/19/2010 - 15:49 Portuguese
Poesia Consagrada/General Ao longe os barcos de flores 0 676 11/19/2010 - 15:49 Portuguese
Poesia Consagrada/General Fonógrafo 0 744 11/19/2010 - 15:49 Portuguese
Poesia Consagrada/General II A Morte, no Pego-Dragão 0 564 11/19/2010 - 15:49 Portuguese
Poesia Consagrada/General E eis quanto resta do idílio acabado 0 845 11/19/2010 - 15:49 Portuguese
Poesia Consagrada/General Inscrição 0 601 11/19/2010 - 15:49 Portuguese
Poesia Consagrada/General Passou o Outono já, já torna o frio... 0 700 11/19/2010 - 15:49 Portuguese
Poesia Consagrada/General Quem poluiu, quem rasgou os meus lençóis de linho 0 684 11/19/2010 - 15:49 Portuguese
Poesia Consagrada/General Ao meu coração um peso de ferro 0 710 11/19/2010 - 15:49 Portuguese
Poesia Consagrada/General Chorae arcadas 0 593 11/19/2010 - 15:49 Portuguese
Poesia Consagrada/General Canção da Partida 0 705 11/19/2010 - 15:49 Portuguese