Poesias Inéditas - Brincava a criança

Brincava a criança

Brincava a criança
Com um carro de bois.
Sentiu-se brincado
E disse, eu sou dois !

Há um brincar
E há outro a saber,
Um vê-me a brincar
E outro vê-me a ver.

Estou atrás de mim
Mas se volto a cabeça
Não era o que eu qu'ria
A volta só é essa...

O outro menino
Não tem pés nem mãos
Nem é pequenino
Não tem mãe ou irmãos.

E havia comigo
Por trás de onde eu estou,
Mas se volto a cabeça
Já não sei o que sou.

E o tal que eu cá tenho
E sente comigo,
Nem pai, nem padrinho,
Nem corpo ou amigo,

Tem alma cá dentro
'Stá a ver-me sem ver,
E o carro de bois
Começa a parecer.

Fonte: http://www.secrel.com.br/jpoesia/fpesso.html

Submited by

Jueves, Septiembre 24, 2009 - 17:18

Poesia Consagrada :

Sin votos aún

FernandoPessoa

Imagen de FernandoPessoa
Desconectado
Título: Membro
Last seen: Hace 13 años 34 semanas
Integró: 12/29/2008
Posts:
Points: 745

Add comment

Inicie sesión para enviar comentarios

other contents of FernandoPessoa

Tema Título Respuestas Lecturas Último envíoordenar por icono Idioma
Poesia Consagrada/General Poesias Inéditas - Em toda a noite o sono não veio 0 660 11/19/2010 - 16:55 Portuguese
Poesia Consagrada/General Poesias Inéditas - Deixo ao cego e ao surdo 0 478 11/19/2010 - 16:55 Portuguese
Poesia Consagrada/General Poesias Inéditas - Depois que o som da terra, que é não tê-lo 0 752 11/19/2010 - 16:55 Portuguese
Poesia Consagrada/General Poesias Inéditas - Depois que todos foram 0 788 11/19/2010 - 16:55 Portuguese
Poesia Consagrada/General Poesias Inéditas - Desfaze a mala feita pra a partida ! 0 443 11/19/2010 - 16:55 Portuguese
Poesia Consagrada/General Poesias Inéditas - Desperto sempre antes que raie o dia 0 782 11/19/2010 - 16:55 Portuguese
Poesia Consagrada/General Poesias Inéditas - Deus não tem unidade 0 738 11/19/2010 - 16:55 Portuguese
Poesia Consagrada/General Poesias Inéditas - Deve chamar-se tristeza 0 473 11/19/2010 - 16:55 Portuguese
Poesia Consagrada/General Poesias Inéditas - Do fundo do fim do mundo 0 602 11/19/2010 - 16:55 Portuguese
Poesia Consagrada/General Poesias Inéditas - Dói-me no coração 0 640 11/19/2010 - 16:55 Portuguese
Poesia Consagrada/General Poesias Inéditas - Dói-me quem sou. E em meio da emoção 0 1.143 11/19/2010 - 16:55 Portuguese
Poesia Consagrada/General Poesias Inéditas - Do meio da rua 0 621 11/19/2010 - 16:55 Portuguese
Poesia Consagrada/General Poesias Inéditas - Dorme, criança, dorme 0 639 11/19/2010 - 16:55 Portuguese
Poesia Consagrada/General Poesias Inéditas - Dormir! Não Ter desejos nem 'speranças 0 872 11/19/2010 - 16:55 Portuguese
Poesia Consagrada/General Poesias Inéditas - Do seu longínquo reino cor-de-rosa 0 638 11/19/2010 - 16:55 Portuguese
Poesia Consagrada/General Poesias Inéditas - Cheguei à janela 0 626 11/19/2010 - 16:54 Portuguese
Poesia Consagrada/General Poesias Inéditas - Chove. Que fiz eu da vida ? 0 442 11/19/2010 - 16:54 Portuguese
Poesia Consagrada/General Poesias Inéditas - Clareia cinzenta a noite de chuva 0 1.004 11/19/2010 - 16:54 Portuguese
Poesia Consagrada/General Poesias Inéditas - Começa, no ar da antemanhã 0 410 11/19/2010 - 16:54 Portuguese
Poesia Consagrada/General Poesias Inéditas - Como às vezes num dia azul e manso 0 407 11/19/2010 - 16:54 Portuguese
Poesia Consagrada/General Poesias Inéditas - Como é por dentro outra pessoa 0 450 11/19/2010 - 16:54 Portuguese
Poesia Consagrada/General Poesias Inéditas - Como nuvens pelo céu 0 601 11/19/2010 - 16:54 Portuguese
Poesia Consagrada/General Poesias Inéditas - Como um vento na floresta 0 866 11/19/2010 - 16:54 Portuguese
Poesia Consagrada/General Poesias Inéditas - Criança, era outro... 0 446 11/19/2010 - 16:54 Portuguese
Poesia Consagrada/General Poesias Inéditas - De aqui a pouco acaba o dia 0 527 11/19/2010 - 16:54 Portuguese