cheiro de vento

Um dia , o vento
Tinha um cheiro indizível,
Audivel que nem o profeta , conseguia explicar ,
Nem era estético , nem era magico , era um cheiro , longinquo a ti,
Me deixava sentir dormente , fluente nas linguas todas,
Que não sabia contornar,
Era um versiculo e um verso , era um poema, era uma resma de sons ,
E o vento soprava,
Soprava , por oceanos planos e potentes , por entre silabas e verbos diferentes ,

Um dia , o vento não se calou mais,
E o cheiro colou-se a mim , para não me deixar ter sossego,
Para , não mais , parar de escrever , com ele.

O vento , tinha um cheiro de hortelã e sertão, a pimenta e mangericão,
Minha alma , ferrugenta , mais não aguenta , tal infusão.

Jorge Santos

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Lunes, Diciembre 21, 2009 - 19:37

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