Era uma vez uma poesia

Que encantava; fazia do brilho sua pousada
E saracoteava com a existência a ser preenchida
Dando voltas em si; levando consigo a valsa, o músico, o violino
Levava o par, o salão, a festa e os demais acompanhantes no compasso perfeito

Era a poesia a dona do bordel
Era de eras e era também a própria Era
Meretriz comportada; moça de família de classe e renome
Rodava com suas saias pelo espaço

Houve a hora da poesia... Ela se foi
Deixou nos que a perseguem a garganta a pedir goles
Partiu...Pra ponte sobre o rio dos desvarios
Ela se foi...Caiu ou sumiu na neblina daquele alvorecer

A poesia: demonstração do que sou
É a mesma que preferiu esconder-se de mim no princípio de um dia
A poesia degladiando-se por mim fugiu com medo de mim
Alegando talvez o silêncio como causa de seu distanciamento sem volta

Era uma vez uma poesia
Motivada pela alegria de vanguarda
Que escondia o pranto de quem a exercia
E maquiou a angústia com sincero adeus

Antes fosse sem que eu a visse ir
Morreria por falta de ar de tanto rir
Antes fosse sem me acordar
Eu acordo com ela sem ela estar

Eu poderia esquecê-la num copo de bar
Eu deveria prendê-la dum modo a atar
Toda a alegria que o sol resplandece
É forjada no calor de quem a esquece

Eu não a esqueço... Tento ainda perseguí-la
Já não a vejo... A força enfraquece o tom da rima
E a poesia... Parece que para nunca mais
Para nunca mais... A poesia me prende a esse cais

Era uma vez... A poesia mais bela
A que não foi buscada por sobre a ponte
Sei que não a terei mas não custa tentar
Pois minha querida o abandono não pára nem o que se diz Poeta.

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Viernes, Enero 8, 2010 - 17:25

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