calo-me

ardo canela em fogueira d’alma
contemplando a chama lenta
e calo-me
vendo cinzas que caem
de um modo que me violenta.
sinto o corpo consumido, pendente
em palavras mudas que murmuro amargurado
e calo-me
num silêncio consistente.
calo-me cansado, completamente esgotado
matando palavras que grito
palavras que por escrito
agora rasgo, queimo na fogueira do destino
e calo-me,
por ti, por mim, por todos
suspendo o meu pensar,
cancelo, não falo em lodos
que com instinto assassino
me fazem clandestino
e me obrigam a calar.

Submited by

Miércoles, Enero 13, 2010 - 20:22

Ministério da Poesia :

Sin votos aún

NunoG

Imagen de NunoG
Desconectado
Título: Membro
Last seen: Hace 13 años 38 semanas
Integró: 01/02/2010
Posts:
Points: 937

Add comment

Inicie sesión para enviar comentarios

other contents of NunoG

Tema Título Respuestas Lecturas Último envíoordenar por icono Idioma
Poesia/Amor venha 2 1.312 01/02/2010 - 15:36 Portuguese
Poesia/Amor ser teus olhos 2 989 01/02/2010 - 14:19 Portuguese
Poesia/Amor résteas do verbo amar 1 1.542 01/02/2010 - 11:54 Portuguese