Rubia cor das tias.
Queria não poder guardar vozes em mim.
Do lado de dentro da porta minhas ánaguas se
penduram em cabideiros de parede
onde penduradas estão minhas dores,
soltas e suspensas como pêndulos.
Tudo em mim já foi presa também
e pressa também.
Sou Perséfone
e hoje solto meus cabelos
e viajo nua pela casa
de um ser desconhecido.
Ele me disse não sentir paixão.
Corri então atrás de corda e cadeira.
Tenho todos os tempos que quis,
tenho inscrições milenares
escritas por baixo da pele.
Sou Joana, a louca.
Todos os votos desfiz
e todos os vetos que fiz
rompi e sangrei
com a minha própria tinta
Rubia – cor das tias.
Patricia Porto
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Lunes, Enero 18, 2010 - 15:45
Ministério da Poesia :
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