FILANTROPIA, O TÓRAX DOS SONHOS


Ruínas contíguas
rendam fogos insossos no silêncio.

Salivas descarnam o osso
da palavra sã que me une o corpo à mente.

Bonanças tempestivas
arregalam o sol com caretas de demasia carente.

Canções surfam ares abertos ao amor
que relaxa sôfrego numa antecâmara de musas.

Emoções enrolam-se
à volta do quinteto dos sentidos
em poses confusamente interlocutórias.

Solidões
ressuscitam poeiras assentes
nos vendavais da poesia sem pára-quedas
num abismo de visões estereotípicas na alma.

Esculturas de noite
amputam da insónia o tórax bizarro
dos sonhos que ao acordar são sensações analfabetas.

Anéis de anteontens
rugem em dedos apontados ao purgatório
das bússolas trauteáveis no pescoço nu do grito.

Estrelas sem brilho entrechocam lamentos.

Soam fúrias voltaicas
num jazz de dor que jaz
sacudires nas vozes do vento.

Paredes acordeonistas do tempo
afatiam momentos em foles de ausência.

O poema
que percorre a pé
a aldeia da inspiração,
é um serão de verso esdrúxulo.

Pensar é um traço de imagens
encalhadas no instinto da razão.

Filantropia ao longo
da coluna vertebral dos meus olhos.
 

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Viernes, Enero 7, 2011 - 21:56

Poesia :

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Henrique

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