Eu, Vulcano

Cheguei disfarçado na noite
Com uma flor na mão
E tambores no coração
Cheguei de olhos fechados
Por conhecer teus atalhos
E acreditar que teu eu
Ansiava pelo toque
De uma longa solidão

Vim depressa
Vim diferente
Vim prudente
Quis-te em Pafos coroada
Quis encontrar-te queimada
Em fogo de Citereia
Como deusa de paixão

Vim no barco "pensamento"
Pedi para ter madrugada
Escondendo a enseada
Para ancorar minha espada
No teu corpo luarento

Trouxe a tua voracidade
Nos desejos atirados
E trazidos pelo vento
À minha pele deserta
Fustigada por ausência
E por tempo turbulento

Cheguei com uma flor na mão
Seu perfume a crescer
As pétalas rindo, em robor
Mas encontrei-te vazia
Com alma despovoada
Em Marte, vontade pousada

Eu Vulcano, a vacilar
Com o coração a mancar
Imolei-me, morri na dor

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Domingo, Febrero 27, 2011 - 21:13

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NunoG

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Comentarios

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Eu, Vulcano

Lindíssimo poema, gostei demais, meus parabéns Poeta!

Todos trechos são lindos, destaco este por escolha aleatória, mas muito lindo também!

Vim no barco "pensamento"
Pedi para ter madrugada
Escondendo a enseada
Para ancorar minha espada
No teu corpo luarento

Volte com obras maravilhosas como esta!

MarneDulinski

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