Ninguém me conhece

Sou ser descompassado

de mim próprio,

alma fragmentada,

dividida,

olho para mim como que de fora,

há como que um ângulo,

recto ou agudo ou grave,

sob o qual me vejo,

como se fosse dois dentro do mesmo,

sou sempre um apenas,

mas é duplo o meu sentir e pensar nestes dias,

são dias que parecem corridas,

corro de mim para mim,

tento alcançar-me e ser eu novamente,

em terra pátria sou como que estranho,

em corpo e alma meus sou estrangeiro,

não falo a língua do meu próprio coração,

ele toca-me e eu não o entendo,

a mim todos me falam e sorriem,

mas ninguém me conhece.

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Lunes, Febrero 28, 2011 - 12:37

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