Chuva na vidraça
Noite suave, chuva mansinha, brisas amenas
Sugestiva, silenciosa, esta noite tão calma
Um clima que seduz, um estímulo para sonhar
Sozinho, tal como estou agora, sem destino
Imagino sim, a ternura de um beijo de amor
Uma mulher carinhosa, sensual, audaciosa
Persiste o silêncio, um pingo de chuva interrompe-o
Desenha-se na vidraça um formoso perfil de mulher
Recordo-me de alguma, penso mesmo em telefonar
Dúvidas invadem a minha mente tão solitária
Assim vou vencendo essa amarga solidão
Ouço a Cássia Eller cantando “A Malandragem”
Ela canta: -“Eu sou poeta e não aprendi a amar”
Parece ser o que ocorreu comigo, por estar aqui
Neste vazio apartamento, triste, sem esperanças
Consumindo-me o tempo em inúteis pensamentos
Amigos há, uns três, talvez, sei que é pouco
Não há diálogos construtivos, apenas vagos
Penso, sonho, faço projetos, mas nada evolui
Ouço casos, mentiras, façanhas, notícias
Parodiando Drummond, meu ilustre conterrâneo
Sou triste, orgulhoso, de ferro, sigo sozinho
Neste cenário noturno eu me perco, nocauteado
Penso mesmo em correr, correr e correr, até o fim
Lá, bem distante, onde cada amigo é um irmão,
Onde os vagalumes enfeitam as noites de amor,
Como se falava numa bela canção dos anos 70
Onde se espera que as esperanças jamais morram
Submited by
Poesia :
- Inicie sesión para enviar comentarios
- 1772 reads
Add comment
other contents of Agnaldo_Costa
Tema | Título | Respuestas | Lecturas |
Último envío![]() |
Idioma | |
---|---|---|---|---|---|---|
Poesia/Dedicada | Mulher ou Sonho? | 0 | 448 | 03/11/2011 - 06:38 | Portuguese | |
Poesia/Pasión | A natureza e você | 0 | 531 | 03/11/2011 - 06:33 | Portuguese | |
Poesia/Erótico | A primeira vez | 0 | 632 | 03/11/2011 - 06:29 | Portuguese | |
Poesia/Meditación | O prisma da vida | 0 | 583 | 03/11/2011 - 06:26 | Portuguese | |
Poesia/Meditación | Donde viemos, prá onde iremos | 0 | 567 | 03/11/2011 - 06:20 | Portuguese | |
Poesia/General | O reencontro no antigo livro | 0 | 502 | 03/11/2011 - 06:16 | Portuguese | |
Prosas/Otros | Notas e anedotas | 0 | 779 | 03/11/2011 - 06:13 | Portuguese | |
Poesia/Pensamientos | 2011... Um capítulo mais! | 0 | 677 | 03/11/2011 - 06:09 | Portuguese | |
Poesia/General | O Amor de Adão e Eva | 0 | 651 | 03/11/2011 - 06:06 | Portuguese | |
Poesia/Pasión | Enquanto a gente se amava | 0 | 628 | 03/11/2011 - 06:04 | Portuguese | |
Poesia/Dedicada | Jovens tardes itabiranas | 0 | 1.001 | 03/11/2011 - 06:01 | Portuguese | |
Poesia/Desilusión | O Brasil pelo avesso | 0 | 520 | 03/11/2011 - 05:59 | Portuguese | |
Poesia/Tristeza | Horas Vazias | 0 | 693 | 03/11/2011 - 05:55 | Portuguese | |
Prosas/Otros | Vitrines | 0 | 688 | 03/11/2011 - 05:52 | Portuguese | |
Prosas/Drama | Fora de órbita | 0 | 623 | 03/11/2011 - 05:48 | Portuguese | |
Poesia/Meditación | Transparências | 0 | 437 | 03/11/2011 - 05:41 | Portuguese | |
Poesia/Pasión | Saudade dela | 0 | 338 | 03/11/2011 - 05:38 | Portuguese | |
Poesia/General | O Trivial da Rotina | 0 | 473 | 03/11/2011 - 05:36 | Portuguese | |
Poesia/Desilusión | Realidade amarga | 0 | 413 | 03/11/2011 - 05:32 | Portuguese | |
Poesia/Amistad | Sirvo amor em meus poemas | 0 | 404 | 03/11/2011 - 05:28 | Portuguese | |
Poesia/Haiku | Sol de Primavera | 0 | 788 | 03/11/2011 - 05:26 | Portuguese | |
Poesia/Soneto | Soneto prá poetas | 0 | 445 | 03/11/2011 - 05:19 | Portuguese | |
Poesia/Alegria | Recanto poético | 0 | 631 | 03/11/2011 - 05:15 | Portuguese | |
Poesia/Amor | O Menu do Amor | 0 | 603 | 03/11/2011 - 05:12 | Portuguese | |
Poesia/Tristeza | À sombra da solidão | 0 | 551 | 03/11/2011 - 05:09 | Portuguese |
Comentarios
PERFIL DE VIAGEM
No meu apartamento
onde estou eu e o vinho
perco-me no olhar grave
destinado a estar sozinho
Sombra de mulher…
Sensual, torneado perfil
estonteia-me a cabeça
aquele ar primaveril
Chuva mansinha…
Pingo na vidraça
Vem um cheiro a flor
quando ela passa
Brisas amenas
Ela restringe-me a dor
Traz odor de açucenas
por suas melenas
Noite suave
ao som da “Malandragem”
quero que ela dance comigo
e me leve para outra paragem
Forte aragem
Pára o baile, ficamos quietos
Da letra traçamos projectos
na esperança da viagem
Um acalento para teus sofridos versos
Inversos encontrados nos reversos do teu fado
PaTaz
Acalentado!
Bacana teu jeito de comentar, gostei demais! Porém, desde que tracei estas sofridas linhas já transcorreram 9 anos, e as verdades de hoje são bem outras, e eu sigo vivendo por aí, às vezes só, às vezes não...
Agnaldo,
Então o poema sempre tem razão
Venham aragens ou tempestades
a verdade é que é sempre idade
para se conquistar um coração
Bjo deste lado do mar
PaTaz
P.S.: Espero que a tua realidade seja conforme a tua vontade.
Chuva na vidraça
Lindo texto, gostei muito também!
(desculpe-me, mas recomendo usar letras com cor mais clara, não o verde que dificulta a leitura)
Meus parabéns,
MarneDulinski
Recomendação esperta!
Prezado Marne! Gostei muito do seu comentário. Quanto à recomendação, acatei-a de imediato. Fico-lhe muito agradecido. Visitarei suas obras, aguarde-me...