(Parte 2ª) “ da 1ª” “LIVRÉNIO”
“LIVRÉNIO”
Com:
António dos Antónimos
Continuação:
Resolvi continuar, enquanto ela sorria, dirigindo o auto motivo com os cabelos a ondular. Tinha-mos que nos despachar; então, carregou no prego, deu uma guinada e, Pum… Lá se foi o gás pela retaguarda, passando mesmo a rasar sobre a casca da batata, que, o andar de cima, se entretinha a descascar; pois que, eu, já ultrapassei o tempo das penas cruas, mas, não deixo de amar uma caneta; perante a sua grande utilidade, que assim, venera meu ofício; ao contrário do que por ai é uso delicado: Bater com os dedos no teclado, entretendo o pensamento nas caricaturas do formato trabalhado, com perícia, é certo; mas, não vai a Musa reclamar os direitos, nem registos de alta sociedade, que, lúcida, encolhe os sonetos relaxados sobre a sobeja da gula aclarada pela confusão: Quer encontrar a Musa, declarada, ali, do princípio ao fim, num reparo tresloucado da invenção; que assim se cansa e cospe nas mãos, para partir o cabo à enxada, parecendo, também, que maior é a distância entre o céu e o ventre de cada Mãe; que larga bastardos há velocidade da desova do salmão em águas calmas e rasas, atentas de preguiças carrancudas e minguadas, de sigilos marginados, para fazer a vitória do galardão; que se assentam nas modernidades com os olhos entrosados, atentos ao reclame da televisão. Que a Musa fala e tem razão; pois que, agora, as papas cruas são velhacas e desrespeitadas pela Paternidade que muda de mão-em-mão e o bastardo encontra quatro ou cinco, ou mais; pois que: Mãe! Só há uma e pega-se-lhe pelo coração.
Que me mordam pelas costas do engenho, oferecido à amenidade dos campos; que as solas dos sapatos já não se gastam como outrora, que, bastava um simples contemplar para que desaparecessem, assim: Logo numa boa ou má hora, que, para evitar o Malaquias: Atava-se-lhe o cordão ao pescoço e deixava-se ali dependurado, esperando, com a língua de fora; o engraxador, que logo o enfiava debaixo do casaco com um carimbo sem volta: Para debaixo do chão.
-Há há há…
- Gargalhava o trambolhão, enquanto imitava a história da gaiola e o cavalão.
Eu… Peço que o perdão seja detalhado: Que vossas travessuras, - bem-intencionadas, é claro – lhes falte um toque de sermão! Quando, a mim: Conquisto linha a linha; as ruas fartas, de montras espelhadas, onde, o popular, estica seus beiços e imagina o nó da gravata agarrado ao pescoço do cão, que, noutros tempos, espatifava os ossos à dentada e maneava-se de alegria com a causa de um lado para o outro, como quem apalpa, na certeza que guarda as costas enquanto rói o quinhão.
Também eu me irritava por tudo e por nada. Também eu estava farto, juntamente com o gado que dispensava a Bocada ferrada no meu coração. Mais tarde, o arco-íris virá a explicar a explicação que ninguém procura debaixo do céu; o que todos podem encontrar, mas, tornava-se monótona, a injustiça que vinha de um futuro qualquer, na ideia perpassada, de que era mais avançada se a cabeça tivesse as cores diferentes, que entram pelos olhos: Põem-lhe muletas e chamam-lhe poesia. Eu já andava pelas entranhas, à procura de algum macaco moderno; não fosse o futurista tão avançado, que carregasse alguma epidemia de fachada, em lamentações e fosse viver nas unhas dos pés carregadas de poluição.
(CONTINUA)
Submited by
Prosas :
- Inicie sesión para enviar comentarios
- 3468 reads
Add comment
other contents of antonioduarte
Tema | Título | Respuestas | Lecturas |
Último envío![]() |
Idioma | |
---|---|---|---|---|---|---|
Ministério da Poesia/Meditación | Sem reclamar | 0 | 2.759 | 11/19/2010 - 18:30 | Portuguese | |
Ministério da Poesia/Canción | Vereis... | 0 | 3.085 | 11/19/2010 - 18:30 | Portuguese | |
Ministério da Poesia/Aforismo | Saudade que farte | 0 | 2.628 | 11/19/2010 - 18:30 | Portuguese | |
Ministério da Poesia/Canción | Picking all the way | 0 | 2.632 | 11/19/2010 - 18:30 | Portuguese | |
Ministério da Poesia/Comedia | Poeta com rapidês | 0 | 8.438 | 11/19/2010 - 18:30 | Portuguese | |
Ministério da Poesia/Canción | Conspiração da noite | 0 | 4.605 | 11/19/2010 - 18:30 | Portuguese | |
Ministério da Poesia/Canción | - Vira-te | 0 | 2.250 | 11/19/2010 - 18:30 | Portuguese | |
Ministério da Poesia/Canción | Aplauso | 0 | 6.252 | 11/19/2010 - 18:30 | Portuguese | |
Ministério da Poesia/Canción | Translouca | 0 | 4.085 | 11/19/2010 - 18:30 | Portuguese | |
Ministério da Poesia/Canción | Inconsciência controlada | 0 | 2.690 | 11/19/2010 - 18:30 | Portuguese | |
Ministério da Poesia/Acróstico | Caras Tapadas | 0 | 2.892 | 11/19/2010 - 18:30 | Portuguese | |
Ministério da Poesia/Meditación | Um dia e mais um pouco | 0 | 2.943 | 11/19/2010 - 18:30 | Portuguese | |
Ministério da Poesia/Fantasía | Não é nada | 0 | 4.641 | 11/19/2010 - 18:30 | Portuguese | |
Ministério da Poesia/Meditación | Em direcção ao horizonte | 0 | 4.019 | 11/19/2010 - 18:30 | Portuguese | |
Ministério da Poesia/Aforismo | Não são palavras | 0 | 4.994 | 11/19/2010 - 18:30 | Portuguese | |
Ministério da Poesia/Poetrix | Cada qual | 0 | 2.989 | 11/19/2010 - 18:30 | Portuguese | |
Ministério da Poesia/Meditación | Encanto | 0 | 2.219 | 11/19/2010 - 18:30 | Portuguese | |
Ministério da Poesia/Meditación | Livres, Loucas & Adoradas | 0 | 2.359 | 11/19/2010 - 18:30 | Portuguese | |
Ministério da Poesia/Alegria | Linhas de carinho | 0 | 2.759 | 11/19/2010 - 18:30 | Portuguese | |
Ministério da Poesia/General | Lençol de mar | 0 | 2.702 | 11/19/2010 - 18:30 | Portuguese | |
Ministério da Poesia/Pasión | Nenhures | 0 | 5.778 | 11/19/2010 - 18:30 | Portuguese | |
Ministério da Poesia/Intervención | O piolho mineiro | 0 | 6.653 | 11/19/2010 - 18:30 | Portuguese | |
Ministério da Poesia/Meditación | Silêncio Galhardo | 0 | 3.476 | 11/19/2010 - 18:30 | Portuguese | |
Ministério da Poesia/Alegria | Pequenas Felicidades | 0 | 2.981 | 11/19/2010 - 18:30 | Portuguese | |
Ministério da Poesia/Aforismo | Todos iguais | 0 | 2.077 | 11/19/2010 - 18:30 | Portuguese |
Comentarios
"LIVÉNIO" (António dos Antónimos)
Quero fazer notar aos leitores que esta minha aventura se trata num outro tempo o qual retrata parte do presente e na icógnita eu já há muito que desapareci da face da terra. Ou seja esta aventura seria, quando me atrevi ao seu nascimento, para publicação largos anos após a minha morte.
Grande abraço