Depois de todo este silêncio que gritei

 

Depois de todo este silêncio que gritei
O travo amargo da saudade embarga-me a voz
Os braços que embalaram, deixam-me agora a sós
Com o peso das letras nas folhas que escrevi e guardei
Como princípio esperado, depois do final de um tempo sem dias.

O sol levanta-se sobre o terminal
Entrando pelas janelas da estalagem
Marcando a hora dos pássaros, anunciando a migração.
De partida, beijamos os que para trás, ficam na paragem
No caminho reconfortamos aqueles que nos estendem a mão
E abraçamos com saudade, os que nos esperam no fim da viagem.

Depois de todas as lembranças que esqueci
Não voltarei a verter o mundo pelos olhos cansados
Não voltarei a cortar as palavras que prometi
Para que o poema se possa cumprir por inteiro.

Depois de todas as viagens feitas no silêncio
Qualquer palavra que me falem
Soará como uma sinfonia de Beethoven.

 

 

Nuno Marques
 

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Lunes, Abril 11, 2011 - 19:59

Poesia :

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nunomarques

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Comentarios

Imagen de SuzeteBrainer

Não é possível ficar em

Não é possível ficar em silêncio diante da tua poesia e da tua volta,as palavras  não cederam ao teu silêncio e nasceram como sempre em tua bela poeisa...

Estava com muita saudade de ler-te!

Beijosmiley

Imagen de rainbowsky

O peso das letras

Amigo Nuno!

Que bom voltar a ver-te por cá.

A tua poesia e a tua presença fazem falta a este espaço.

Um poema carregado de uma emoção bastante grande que me transportou ao teu mundo.

Como quase sempre me revi nas palavras que deixaste.

Sempre excelente.

Como dizes:

Depois de todas as viagens feitas no silêncio
Qualquer palavra que me falem
Soará como uma sinfonia de Beethoven

 

E é por isso que te deixo um grande grande abraço!

 

rainbowsky

Imagen de MarneDulinski

Depois de todo este silêncio que gritei

Lindo poema, gostei muito e destaco os versos abaixo:

Depois de todo este silêncio que gritei
O travo amargo da saudade embarga-me a voz
Os braços que embalaram, deixam-me agora a sós
Com o peso das letras nas folhas que escrevi e guardei

Meus parabéns,

MarneDulinski

Imagen de MariaButterfly

O silêncio, o pior dos

O silêncio, o pior dos sons...

 

Gostei muito da tua poesia
marcada como uma(volta)
em que voltas, onde o silêncio
não te cala.

 

beijos

 

 

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