Depois de todo este silêncio que gritei
Depois de todo este silêncio que gritei
O travo amargo da saudade embarga-me a voz
Os braços que embalaram, deixam-me agora a sós
Com o peso das letras nas folhas que escrevi e guardei
Como princípio esperado, depois do final de um tempo sem dias.
O sol levanta-se sobre o terminal
Entrando pelas janelas da estalagem
Marcando a hora dos pássaros, anunciando a migração.
De partida, beijamos os que para trás, ficam na paragem
No caminho reconfortamos aqueles que nos estendem a mão
E abraçamos com saudade, os que nos esperam no fim da viagem.
Depois de todas as lembranças que esqueci
Não voltarei a verter o mundo pelos olhos cansados
Não voltarei a cortar as palavras que prometi
Para que o poema se possa cumprir por inteiro.
Depois de todas as viagens feitas no silêncio
Qualquer palavra que me falem
Soará como uma sinfonia de Beethoven.
Nuno Marques
Submited by
Poesia :
- Inicie sesión para enviar comentarios
- 1292 reads
Add comment
other contents of nunomarques
Tema | Título | Respuestas | Lecturas | Último envío | Idioma | |
---|---|---|---|---|---|---|
Poesia/General | Apontamentos inúteis aos dedos de uma mão só | 1 | 1.074 | 06/17/2021 - 20:31 | Portuguese | |
Poesia/General | Esclarecimento | 1 | 1.187 | 06/17/2021 - 17:51 | Portuguese | |
Poesia/General | Cada noite é um poço onde o dia vai matar a sede | 0 | 491 | 09/29/2020 - 09:46 | Portuguese | |
Poesia/General | Temporal | 1 | 985 | 02/27/2018 - 11:17 | Portuguese | |
Poesia/General | A coisa mais estúpida do mundo | 1 | 1.472 | 02/27/2018 - 11:16 | Portuguese | |
Poesia/General | Poema e chuva | 1 | 1.179 | 05/25/2014 - 04:17 | Portuguese | |
Poesia/General | Debruçado sobre a janela | 0 | 1.249 | 03/17/2014 - 10:47 | Portuguese | |
Poesia/General | Strange | 0 | 1.283 | 03/17/2014 - 10:44 | Portuguese | |
Poesia/General | Viver é sair para a rua de manhã, aprender a amar e à noite voltar para casa. | 0 | 1.220 | 01/30/2014 - 20:37 | Portuguese | |
Poesia/General | Interior | 0 | 1.105 | 09/15/2013 - 11:00 | Portuguese | |
Poesia/General | Ilusório | 0 | 1.368 | 09/13/2013 - 17:26 | Portuguese | |
Poesia/General | Momento | 0 | 1.161 | 05/21/2013 - 16:38 | Portuguese | |
Poesia/General | “La folie” | 0 | 1.113 | 05/08/2013 - 14:44 | Portuguese | |
Poesia/General | Á luz de uma lua de Saturno | 0 | 1.182 | 04/16/2013 - 09:10 | Portuguese | |
Poesia/General | Insónia | 0 | 1.176 | 04/15/2013 - 11:25 | Portuguese | |
Poesia/General | Caravelas azuis céu adentro por dois mil anos | 4 | 1.459 | 05/23/2012 - 23:28 | Portuguese | |
Poesia/General | Concordata - O desejo | 2 | 1.404 | 05/14/2012 - 16:38 | Portuguese | |
Poesia/General | Concordata - A cena | 1 | 1.542 | 03/07/2012 - 09:47 | Portuguese | |
Poesia/General | Concordata - A máscara | 2 | 1.264 | 03/07/2012 - 09:43 | Portuguese | |
Poesia/General | Os meus braços são estradas | 3 | 1.348 | 02/25/2012 - 16:59 | Portuguese | |
Poesia/General | Dança bailarina até ao fim da noite | 5 | 1.468 | 02/19/2012 - 23:45 | Portuguese | |
Poesia/General | Hoje, espero mais um pouco | 3 | 1.418 | 10/15/2011 - 17:04 | Portuguese | |
Poesia/General | O complicado é pensar sobre... | 2 | 1.249 | 09/01/2011 - 11:23 | Portuguese | |
Poesia/Amor | Ondas de impacto | 2 | 1.389 | 07/08/2011 - 03:48 | Portuguese | |
Poesia/General | Navios fantasma | 0 | 1.152 | 05/13/2011 - 19:37 | Portuguese |
Comentarios
Não é possível ficar em
Não é possível ficar em silêncio diante da tua poesia e da tua volta,as palavras não cederam ao teu silêncio e nasceram como sempre em tua bela poeisa...
Estava com muita saudade de ler-te!
Beijo
O peso das letras
Amigo Nuno!
Que bom voltar a ver-te por cá.
A tua poesia e a tua presença fazem falta a este espaço.
Um poema carregado de uma emoção bastante grande que me transportou ao teu mundo.
Como quase sempre me revi nas palavras que deixaste.
Sempre excelente.
Como dizes:
Depois de todas as viagens feitas no silêncio
Qualquer palavra que me falem
Soará como uma sinfonia de Beethoven
E é por isso que te deixo um grande grande abraço!
rainbowsky
Depois de todo este silêncio que gritei
Lindo poema, gostei muito e destaco os versos abaixo:
Depois de todo este silêncio que gritei
O travo amargo da saudade embarga-me a voz
Os braços que embalaram, deixam-me agora a sós
Com o peso das letras nas folhas que escrevi e guardei
Meus parabéns,
MarneDulinski
O silêncio, o pior dos
O silêncio, o pior dos sons...
Gostei muito da tua poesia
marcada como uma(volta)
em que voltas, onde o silêncio
não te cala.
beijos