Soneto para partir depressa
Para dentro de mim viajo em meu peito.
Atrás ficam os ecos das sentenças
– desenhadas com sopros nas areias –
que usei para pregar nos meus desertos.
Viajo sem equipagem nem trajeto
previamente traçado, sem tristezas,
assim como quem vai, por negligência,
nas ondas vagarosas do silêncio.
Não levo o peso de um inútil fardo
nessa viagem aos mapas de mim mesma:
já basta carregar a cruenta marca
da cicatriz em cruz que tem rasgado
na pele dócil das minhas certezas
um só punhal e tantas punhaladas.
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Miércoles, Mayo 4, 2011 - 20:42
Ministério da Poesia :
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