Canção de embalar

Aqui onde o mar é erva e vinha
tudo é tão breve e prolongado
(como o sopro da vida)
Passa pesado,
indiferente aos fluxos da respiração
Ritual ou gesto vacilante
das folhas a cair no chão.

Afago meu rosto no ardor da brisa fria,
ignoro meu choro de menina,
uma longínqua lágrima rola cálida
pelos veios da gestação das feridas.

Jorra canção adormecida
no hálito fresco de uma “ Orquídea”
nos meus lábios cerzidos a solidão.

Dói o impossível desflorar,
a adesão líquida
torrentes de lava
terra e pó,
em meu corpo fustigado de guerreira amadurecida
jaz nos cascos da memória umbilical.

(A mais profunda e difusa voz)

Feliz cântico de outrora
soa transparente na voz
jamais esquecida
numa canção de embalar.

"In memoriam ad..."

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Miércoles, Noviembre 12, 2008 - 19:33

Poesia :

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admin

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Comentarios

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Re: Canção de embalar

embala, ...mas doi.

bjs

(lindo)

Imagen de zizo

Re: Canção de embalar

São palpitantes as recordações que estas ondas de terra e pó trazem à mente adormecida numa melodia de sonho.
Uma bela canção de embalar.:-)

Beijo

Imagen de Andarilhus

Re: Canção de embalar

Ainda conforta só o recordar. Bonita homenagem.
Bjs

Imagen de Conchinha

Re: Canção de embalar

Bonito. Fez-me sonhar com canções de embalar.

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