VAZIA

Preciso
sentir o soluçar
do grito
estrangulado
na
garganta.

Rebentar
em lágrimas
como ondas bravas
nas rochas.

Sinto-me mar revolto.

Prendo-me
ao desespero
que atormenta
o meu Eu.

Nado contra a maré
que me dobra
em angústia
e medo.

Ilumina-me
o flagelo da maldade
que teima
invadir o jardim
do meu
coração.

Ressuscito
de
uma
morte
para
viver vazia.

Sem vida.