Dos lobos não havia sinal…
(poesia e prosa visual)
Dos lobos não havia sinal…
O mato de fragas e turfa que serpenteava a serra, formava um labirinto de redondos contornos que ao longe brilhava em ritmo cadente.
Era o reflexo de sol que se abria por entre as densas nuvens,
Num cintilar sobre o verde acabado,
Caído e viçoso em gotas de chuva decorado.
A refracção das lâminas de luz, fatiavam do alto, os negros, gordos e bem contornados favos de água em céu firmado,
Como que a avisar ser uma teta inflamada prestes a transbordar, a ordenha de chuva para o chão da terra.
Enquanto as nuvens se moviam, descarregavam em montes distantes o dilúvio da pura vida que enche os rios.
Do monte onde eu ficava,
Eu vi em mágica memória formar-se,
Um arco colorido
em sete tintas diferentes,
Reflectiam-se nos olhos,
tingiam a íris que me pertence.
Das altas fragas caíram
Quatro trombas vigorosas, baças e esponjosas…
E alvas, em constante devir…
Irrepetível retorno…
E sem mover o pescoço,
Conseguia escutar o coração...
A respiração perdia-se em esquecimento,
Olhos fixos de deslumbramento:
« Sete cores num semicírculo,
Quatro quedas de água,
Dois montes de pedra aguçados,
Negras nuvens em espaços desordenados,
Verde e brilhante era o horizonte da serra »
Os astros, água e terra,
Já eram antes de eu ser…
Um dia de Janeiro,
Onde já longe vai o tempo…
… E dos lobos não havia sinal.
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