Amanhã, não me acordes
Recordo a imensidão da maré baixa,
Na Meia-praia.
A imensidão das searas d’outrora,
Que alegremente percorri
Ou de vastos milheirais, que já nem há
Onde vastas vezes me escondi,
Sonhando. Sempre sonhando.
Adoro a tranquilidade avassaladora
Que essas imagens me servem
Em bandeja de prata (e guardanapo de linho).
Como me adoro a mim.
Mas eu existo sempre, não a paz.
E às vezes tu vens
Maré-viva,
Ceifeira,
Debulhadora,
E molhas-me as costas que escaldam.
Devastas o trigo.
Descobres-me entre o milho.
Acordas-me.
Mas ainda sonho…
Sonho que um dia daremos as mãos
E correremos na praia, salpicando-nos docemente,
Como docemente se esvairão as nossas pegadas.
O trigo resmalhará à nossa passagem
E um leve trilho restará.
Abrigados no milho,
Faremos uma casa, com telhado.
Para docemente nos amarmos.
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Comentarios
Re: Amanhã, não me acordes
O amor é loucura, é um fogo posto na alma!
:-)
Re: Amanhã, não me acordes
També eu me escondia no meio das searas e dos milheirais e sonhava....
Imagens muito belas neste poema
Gosto do que escreves e como escreves
Bjs
Dolores
Re: Amanhã, não me acordes p Dolores
Obrigado.
Bjs
Re: Amanhã, não me acordes
muito bonito!! :-)
Re: Amanhã, não me acordes p JillyFall
Obrigado
Re: Amanhã, não me acordes
É tão bom sonhar...
gostei
breizh
Re: Amanhã, não me acordes p Breizh
Obrigado. Eu adoro sonhar.