LER-TE EM BRAILLE
Leio o teus poemas
Mas queria ler-te em Braille
E, viajar em ti, com o tacto, o gosto e o olfacto
Queria ter-te…
Contemplo as imagens
que colhes da natureza,
de forma delicada, cuidada e pura,
devolvendo colorido, leveza aos meus sentidos
Sim…
as tuas imagens,
para mim, são lavagens
dos meus pensamentos esgotados
e uma fonte inesgotável de cor
dos meus dias desbotados
Mas queria ver-te, não como miragem
Queria ter-te
e em Braille queria ler
cada traço do teu rosto
indecifrável
Respiro os teus poemas
E depois…
Todos os temas emergem
Ainda que dispersos
no meu caderno coração
dos meus versos,
de estação a estação,
de Inverno a Verão
Seremos nós os opostos?
Os contrários que se completam?
Sereno
Moreno, manso e mel
sei que és
E o meu poder alquimia,
fotografia da tua alma,
retrato …radiografia,
quiromancia,
permite-me, em ti ler, escrito em Braille,
a poesia que eu queria
E se ainda não consigo ter-te.
já consigo ler-te, de lés a lés,
através da planta dos teus pés
Neste momento,
não adianta fugires-me
E a tua timidez,
não te desculpa
E a tua face oculta,
de um negro austero,
já não te serve de cemitério,
nem te sepulta
Porque para mim,
de repente,
tornaste-te o nascer e o pôr-do-sol
Simultaneamente
Pois um sinal de amor,
de forma acidental,
surgiu como um rasgo no Ocidente,
de olhos rasgados
postos no Oriente
E com a tua sensibilidade,
e sedutora inspiração,
fizeste o meu coração,
que é bússola,
corar desorientado
e pulsar envergonhado
Porque tenho medos,
de olhar para o lado e não te ver
Acordar cega e não te ter
E sequer, em Braille, te conseguir ler
E receio voltar a amar,
pois não quero perder a razão
Medo … de sentir que me podes escapar
por entre os dedos
ao saber que já me tens na tua mão
Magda Graça
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Ministério da Poesia :
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