Os Rios da Alma
Caí num poço sem fundo
Engoliu-me o vazio e a alma partiu em busca de outros sóis
No invisível, mostro-me ao que está ao alcance de uma mão
Um sonho parado no meio do Inverno
O frio congela-me os pensamentos livres
Ouvem-se serenatas roucas do fundo do mar
Afundaram-se os sonhos
Jazem junto às marés que se entregaram de mãos vazias
Um novo horizonte, uma gota no meio do oceano
Afoga-se na corrente morna dos rios que correm
Uma prece num sorriso a boiar
Um palco distante onde me arrasto para aprender a dançar
Descubro-me nos caminhos alagados
Nos remoinhos que afundam os rios do mundo
E solto-me na aridez de um sonho solto
Que se encosta ás margens de encontros casuais
E a alma...fonte inatingível
Jorra lágrimas correntes na linhagem habitual
Sabores conjugados, sentires afogados
Encantos e desencantos, sonhos fechados
O sol chora, acorda os picos entrelaçados
E os corpos desfilam na subtil indiferença dos mundos
Os mares extinguem-se nos oceanos de uma lágrima
Que se recolhe até à chegada das novas eras….
Dolores Marques
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Comentarios
Re: Os Rios da Alma
Um novo horizonte, uma gota no meio do oceano
Afoga-se na corrente morna dos rios que correm
Uma prece num sorriso a boiar
Um palco distante onde me arrasto para aprender a dançar...
Uma corrente de poesia, mais um boa poesia tua!
:-)
Re: Sonhos de Inverno e Os Rios da Alma
...novas eras...
apesar de tudo, há esperança. É um bom começo.
Bom poema
Bjs
Re: Sonhos de Inverno e Os Rios da Alma
"Para compreendermos o valor da âncora, necessitamos enfrentar uma tempestade."
(Eleonor L. Dolan)
...e que as tuas sejam poucas. Depois da noite vem sempre o dia. Abraços.