A Espada de dois Gumes

A Espada de Dois Gumes
Jorge Linhaça

Entre fantasmas vivos não calo
-quem dera os poder ressuscitar!-
desprender a paz desse gargalo,
dançarmos juntos à luz do luar.

E se a paz se esvai ora pelo ralo
-combalida de tanto se enlutar;
de bater em ferro frio o malho-
certamente inda há de retornar.

Voai versos, fecundai o dia,
revelai as almas de cada ser,
desmascarai a hipocrisia

Afastai a ânsia do vil poder,
- ensinai a todos a partilha -
não deixeis a esperança morrer.

A Espada de Dois Gumes II
Jorge Linhaça

Se na face estampas o sorriso,
plastificado por anos de treino;
Diz-me lá : Almejas qual reino?
Para onde irás depois do juízo?

S'escondes no peito o teu paraíso,
ou se és conselheiro do demo,
Em falar a verdade não temo,
pois ser sincero é o que é preciso.

A espada tem dois gumes afiados
e se o fio cega, há o perigo,
de ficar o homem desarmado

Posto no relento e sem abrigo
pois quando tudo é já revelado
é que se conhecem os amigos.

 

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Sábado, Mayo 21, 2011 - 17:38

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