Por acaso
Por acaso...
procurastes teu amante
ou uma mera companhia?
alcançastes teu desejo
e uma cruel frustração?
lançastes a um encontro
ou a uma fugaz fuga?
Achas que vencestes
ao seguir no teu intento
em tua sonhada emancipação
quando mesmo não te libertas
no espaço de teu próprio viver
Marcastes época e inegáveis momentos
porém, nunca pensei que eras tão vazia
a ponto de sequer preencher tuas lacunas
que, por ironia, cegamente te nutria
e era bálsamo pra tuas feridas
Por isso, vou-me embora,
Perguntas, para onde?
Não, Pasárgada não existe,
Quando não se é necessário,
É melhor soltar os nós que nos prendem...
Vida é compartir,
Não somente usufruir,
Amor é cumplicidade, fidelidade
Companheirismo, solidariedade
Qualquer coisa pode ser tudo, menos amor...
AjAraújo, o poeta humanista, escrito em dezembro de 1980.
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