Bruno Sanctus

Sou híbrido, um misto de tudo com quase nada. Um átomo dividido. Deixo explosões versificadas e fractais no chão radioativo. Sou um axioma mal-resolvido. Um jazz candente de botequim norte-americano. Mago. Herege. Lisérgico, subversivo, hedonista e poeta maldito. Sou o pleonasmo do eu ilícito. Os filetes verborrágicos que escorrem pelos lábios, sem ater-se aos guardanapos da sua moralidade incrustada nos cristais deste vil dogmatismo. Sou Morpheus defrontando seu maior arqui-inimigo: o despertador. Uma combustão ambivalente. Sou a convicção conquistada pela barba empírica. A promiscuidade literária. A moléstia lírica. E se a definição for insuficiente serei só monóxido de carbono, enquanto você discorre as entrelinhas procurando os níveis de PH. Sou Inflamável, moldado pelo pólen galático, celebrando a poeira das estrelas no ártico. Sou os filamentos da existência e a agulha da utopia suturando a metáfora na própria carne.