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A vitória da inteligência sobre a mandinga
Estava sentado no sofá assistindo os preparativos para o grande jogo. Antes da Copa começar eu não torcia para a Seleção brasileira por achar que a seleção era fraca e longe do ideal para o famoso futebol brasileiro. No meu ponto de vista era muita propaganda e louros para uma seleção que não havia ganhado nada. Tudo bem que a Copa era aqui, mas nem por isso se ganha no grito. Jogo é jogado e lambari é pescado, como já dizia um comentarista. No entanto, como a seleção tinha chegado nas semi-finais e ia jogar justamente contra a Alemanha, logicamente que torceria pela seleção brasileira. Não gosto dos europeus. No futebol, é claro.
Pois então, como ia dizendo, estava sentado no sofá e um fato chamou minha atenção. Um dos homens da comissão técnica da Seleção brasileira foi até o gramado e começou, discretamente, jogar sal grosso na grama do Estádio do Mineirão. Os comentaristas até brincaram com a situação. Sei que cada um tem suas crenças e superstições, mas essa não pode ser a ideologia de quem vai para um jogo tão importante como esse. Treinar que é bom não treinaram e queriam ganhar na mandinga?
Sabe o que venceu? Venceu a inteligência! Venceu sobre a mandinga, a rezinha com as mãos para os Céu! Quanta ingenuidade! Quanta farça! Não tem chuteira dourada! Não tem mandinga! Santinha no gol! Amuletos! Até búzios foi consultado! Jogaram cartas para ver o falso! Sem falar no marketing sempre fantasioso! E a boiada como sempre segue...mugindo! mugindo! fingindo! sabendo e consentindo como ser enganados!
Foram pedidos aos santos! Promessas secretas! Súplicas aos Céus! Como sempre, falta inteligência pois a saída tem sido pedir a intervenção do desconhecido! Do imaginário! Como se os céus, considerando Deus e, para os que não acreditam nEle, que há algo lá além de estrelas, planetas, satélites artificiais e naturais, nuvens, meteoros, etc., pudesse intervir no jogo!
Ironia. Falta razoabilidade, racionalidade, inteligência! E mais, os jogadores, embora todos preocupados com suas riquezas ostentadas, não passaram de teens chorões como já sabemos. Faltou hombridade para atuar como defensores da alegria que o futebol proporciona aos milhares de torcedores espalhados pelos quatro canto do país. Não adianta entrar com camisa de jogador que não está presente e nem soltar o grito na hora da execução do hino nacional se não forem dar o sangue em campo.
Pane? Pane se dá em avião. Incompetência não pode ser considerada pane. Quais foram os conselhos antes da partida? Fechar o meio de campo, povoar o setor onde os alemães demonstraram maior competência. Não. Não se fez isso.
Nunca na história desse país se viu uma derrota tão significativa como essa. Uma derrota que mostra os pontos fracos de uma nação fragilizada pela prepotência e egoísmo. Que cada brasileiro que ficou boquiaberto com a atuação alemã em pleno Mineirão possa acordar para a realidade e ver que o Brasil precisa avançar em muitas áreas, inclusive, no futebol.
Odair José
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