CONCURSOS:
Edite o seu Livro! A corpos editora edita todos os géneros literários. Clique aqui.
Quer editar o seu livro de Poesia? Clique aqui.
Procuram-se modelos para as nossas capas! Clique aqui.
Procuram-se atores e atrizes! Clique aqui.
APÓLOGOS XII
12
O leão caçando com o burro
(Traduzido do mesmo)
Fez annos o leão, quiz ir á caça,
E a d'elle não costuma ser escaça:
Não consiste em pardaes, em bagatellas,
Mas em bons javalis, e em corças bellas.
O rei dos bosques próvido, e discreto,
Para sortir effeito o seu projecto,
Chama o burro, animal de voz não fina,
E o burro vai servir-lhe de bozina.
Elle ao posto o conduz, cobre-o de ramos,
Ordena-lhe que zurre, e a seus reclamos
Crê que inda os mesmos brutos, que dão provas
De atroz braveza, fugirão das covas.
Não era aquella tropa ainda usada
Ao fragor de asinina trovoada:
No ar o espantoso orneio em fim resôa,
Vaga o terror, e as grutas despovôa:
Tremendo, a turba agreste alonga o passo;
Foge tudo, e fugindo, eis cáe no laco,
Onde os espera a garra penetrante.
«Então, que tal, que tal ? Não sou chibante ?»
(Diz o burro ao leão, co'a fronte alçada,
Arrogando-se a gloria da cacada.)
«Trôas (volta o leão) trôas deveras,
E se não conhecesse quem tu eras,
Eu mesmo com teus zurros me assombrava.»
O burro, se podesse, resmungava,
E tinhamos harenga, inda que havia
Motivo para aquella zombaria;
Pois quem ha de soffrer, quieto, e mudo
Que um, que não vale nada, arrote em tudo ?
Quem soffrerá que audacia o burro affecte ?
Caracter fanfarrão não lhe compete.
Submited by
Poesia Consagrada :
- Se logue para poder enviar comentários
- 1053 leituras
other contents of Bocage
Tópico | Título | Respostas | Views | Last Post | Língua | |
---|---|---|---|---|---|---|
Poesia Consagrada/Geral | EPIGRAMMAS LXXXV | 0 | 779 | 11/19/2010 - 15:55 | Português | |
Poesia Consagrada/Geral | EPIGRAMMAS LXXXVI | 0 | 1.116 | 11/19/2010 - 15:55 | Português | |
Poesia Consagrada/Geral | EPIGRAMMAS LXXXVII | 0 | 1.136 | 11/19/2010 - 15:55 | Português | |
Poesia Consagrada/Geral | EPIGRAMMAS LXII | 0 | 1.193 | 11/19/2010 - 15:55 | Português | |
Poesia Consagrada/Geral | EPIGRAMMAS LXIII | 0 | 1.272 | 11/19/2010 - 15:55 | Português | |
Poesia Consagrada/Geral | EPIGRAMMAS LXIV | 0 | 1.309 | 11/19/2010 - 15:55 | Português | |
Poesia Consagrada/Geral | EPIGRAMMAS LXV | 0 | 976 | 11/19/2010 - 15:55 | Português | |
Poesia Consagrada/Geral | EPIGRAMMAS LXVI | 0 | 1.338 | 11/19/2010 - 15:55 | Português | |
Poesia Consagrada/Geral | EPIGRAMMAS LXVII | 0 | 1.420 | 11/19/2010 - 15:55 | Português | |
Poesia Consagrada/Geral | EPIGRAMMAS LXVIII | 0 | 900 | 11/19/2010 - 15:55 | Português | |
Poesia Consagrada/Geral | EPIGRAMMAS LXIX | 0 | 1.353 | 11/19/2010 - 15:55 | Português | |
Poesia Consagrada/Geral | EPIGRAMMAS LXX | 0 | 2.157 | 11/19/2010 - 15:55 | Português | |
Poesia Consagrada/Geral | EPIGRAMMAS LXXI | 0 | 1.005 | 11/19/2010 - 15:55 | Português | |
Poesia Consagrada/Geral | EPIGRAMMAS LXXII | 0 | 850 | 11/19/2010 - 15:55 | Português | |
Poesia Consagrada/Geral | EPIGRAMMAS LXXIII | 0 | 1.495 | 11/19/2010 - 15:55 | Português | |
Poesia Consagrada/Geral | EPIGRAMMAS LXXIV | 0 | 1.122 | 11/19/2010 - 15:55 | Português | |
Poesia Consagrada/Geral | EPIGRAMMAS LXXIV | 0 | 1.209 | 11/19/2010 - 15:55 | Português | |
Poesia Consagrada/Geral | EPIGRAMMAS XLIX | 0 | 895 | 11/19/2010 - 15:55 | Português | |
Poesia Consagrada/Geral | EPIGRAMMAS L | 0 | 1.652 | 11/19/2010 - 15:55 | Português | |
Poesia Consagrada/Geral | EPIGRAMMAS LI | 0 | 1.431 | 11/19/2010 - 15:55 | Português | |
Poesia Consagrada/Geral | EPIGRAMMAS LII | 0 | 1.332 | 11/19/2010 - 15:55 | Português | |
Poesia Consagrada/Geral | EPIGRAMMAS LIII | 0 | 1.170 | 11/19/2010 - 15:55 | Português | |
Poesia Consagrada/Geral | EPIGRAMMAS LIV | 0 | 1.473 | 11/19/2010 - 15:55 | Português | |
Poesia Consagrada/Geral | EPIGRAMMAS LV | 0 | 1.088 | 11/19/2010 - 15:55 | Português | |
Poesia Consagrada/Geral | EPIGRAMMAS LVI | 0 | 1.483 | 11/19/2010 - 15:55 | Português |
Add comment