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CANÇONETAS IV

4

Filis, e Amor

N'um denso bosque
Pouco trilhado,
E a ternos crimes
Accommodado;

Por entre a rama
Fresca, e sombria
De tenro arbusto,
Que me encubria,

Vi sem aljava
Jazer Cupido,
Junto de Filis
Á mãe fugido.

Entre as nevadas
Mãos melindrosas
Tinha um fragrante
Festão de rosas.

A mais brilhante
D'elle afastando,
Dizia a Filis
Com riso brando:

«Mimosa nympha,
Gloria de Amor,
Dás-lhe um beijinho
Por esta flor?

«Sou criancinha,
Não tenhas pejo.»
Sorriu-se Filis,
E deu-lhe o beijo;

Mas o travesso
Logo outro pede
A simples nympha,
Que lh'os concede:

Que por matar-lhe
Doces desejos
A cada instante
Repete os beijos.

Assim brincavam
Filis, e Amor,
Eis que o menino,
Sempre traidor,

Co'a pequenina
Bôca risonha
Lhe communica
Sua peçonha.

Descora Filis,
E de repente
Solta um suspiro
D'alma innocente.

Mal que o gemido
Férvido sôa
O mau Cupido
Com elle vôa.

«Ninguem, oh nympha,
(Diz a adejar)
Brinca commigo
Sem suspirar.»

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domingo, setembro 20, 2009 - 22:49

Poesia Consagrada :

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Bocage

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