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Cancioneiro - Vaga, no azul amplo solta
Vaga, no azul amplo solta
Vaga, no azul amplo solta,
Vai uma nuvem errando.
O meu passado não volta.
Não é o que estou chorando.
O que choro é diferente.
Entra mais na alma da alma.
Mas como, no céu sem gente,
A nuvem flutua calma.
E isto lembra uma tristeza
E a lembrança é que entristece,
Dou à saudade a riqueza
De emoção que a hora tece.
Mas, em verdade, o que chora
Na minha amarga ansiedade
Mais alto que a nuvem mora,
Está para além da saudade.
Não sei o que é nem consinto
À alma que o saiba bem.
Visto da dor com que minto
Dor que a minha alma tem.
Fonte: http:// www.ciberfil.hpg.ig.com.br
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Poesia Consagrada :
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Comentários
I’nda ontem…
I’nda ontem…
I’nda ontem era em azul o tom das tuas íris
E imensa a solidão dos teus dias/meses, dirias
Inúteis os malmequeres e os campos verdes
Ou o regresso das estações q’inda ontem eram
Certas, azuis e bege como os planetas que vias
Luzindo, Sírius Pólux Arcturus, em torno
De ti paisagem, ontem azul hoje bocados lembram
A natureza que não fala que não tenho, pensar
Não pertence a ninguém nem a mim mesmo,
Natureza somos todos, cremos na passagem,
I’nda ontem pensava assim das coisas que digo
Como se faltasse dizer ainda alguma coisa,
Interpretar os sentimentos, ter opinião capaz
De governar uma sociedade ou tornar lúcido o instinto,
I’nda ontem era em azul o tom das tuas íris.
A solidão tem dias tal como a alma tem figura,
A gente nega o que são vultos negros no chão,
Por serem negros, porque o são, sombra é ruído,
Regressa com as estações do ano ou uma roda partida,
O barulho do sistema solar sem freio,
Luzindo, Sírius Pólux Arcturus, Betelgeuse,
Cephei, em torno de mim paisagens de quanto
O deserto me faz chorar e se parece comigo
Até ao mais ínfimo grão de areia,
Assim os malmequeres nos campos verdes,
Inúteis ao meu ver …
Jorge Santos(07/2107)
http://namastibetpoems.blogspot.com