CONCURSOS:
Edite o seu Livro! A corpos editora edita todos os géneros literários. Clique aqui.
Quer editar o seu livro de Poesia? Clique aqui.
Procuram-se modelos para as nossas capas! Clique aqui.
Procuram-se atores e atrizes! Clique aqui.
Casimiro de Abreu : A valsa
A M.***
Tu, ontem,
Na dança
Que cansa,
Voavas
Co'as faces
Em rosas
Formosas
De vivo,
Lascivo
Carmim;
Na valsa
Tão falsa,
Corrias,
Fugias,
Ardente,
Contente,
Tranqüila,
Serena,
Sem pena
De mim!
Quem dera
Que sintas
As dores
De amores
Que louco
Senti!
Quem dera
Que sintas!
- Não negues
Não mintas...
— Eu vi!...
Valsavas:
- Teus belos
Cabelos,
Já soltos,
Revoltos,
Saltavam,
Voavam,
Brincavam
No colo
Que é meu;
E os olhos
Escuros
Tão puros,
Os olhos
Perjuros
Volvias,
Tremias,
Sorrias
P'ra outro
Não eu!
Quem dera
Que sintas
As dores
De amores
Que louco
Senti!
Quem dera
Que sintas!...
- Não negues,
Não mintas...
- Eu vi!...
Meu Deus!
Eras bela
Donzela,
Valsando,
Sorrindo,
Fugindo,
Qual silfo
Risonho
Que em sonho
Nos vem!
Mas esse
Sorriso
Tão liso
Que tinhas
Nos lábios
De rosa,
Formosa,
Tu davas,
Mandavas
A quem?!
Quem dera
Que sintas
As dores
De amores
Que louco
Senti!
Quem dera
Que sintas!...
- Não negues,
Não mintas...
- Eu vi!...
Calado,
Sozinho,
Mesquinho,
Em zelos
Ardendo,
Eu vi-te
Correndo
Tão falsa
Na valsa
Veloz!
Eu triste
Vi tudo!
Mas mudo
Não tive
Nas galas
Das salas,
Nem falas,
Nem cantos,
Nem prantos
Nem voz!
Quem dera
Que sintas
As dores
De amores
Que louco
Senti!
Quem dera
Que sintas!
- Não negues,
Não mintas...
- Eu vi!...
Na valsa
Cansaste;
Ficaste
Prostrada,
Turbada!
Pensavas,
Cismavas,
E estavas
Tão pálida
Então;
Qual pálida
Rosa
Mimosa,
No vale
Do vento
Cruento
Batida,
Caída
Sem vida
No chão!
Quem dera
Que sintas
As dores
De amores
Que louco
Senti!
Quem dera
Que sintas!...
- Não negues,
Não mintas...
- Eu vi!...
Rio - 1858.
Submited by
Poesia Consagrada :
- Se logue para poder enviar comentários
- 1373 leituras
other contents of CasimirodeAbreu
Tópico | Título | Respostas | Views | Last Post | Língua | |
---|---|---|---|---|---|---|
Fotos/ - | Casimiro de Abreu | 0 | 1.413 | 11/24/2010 - 00:38 | Português | |
Poesia Consagrada/Geral | Casimiro de Abreu : *** | 0 | 1.129 | 11/19/2010 - 16:54 | Português | |
Poesia Consagrada/Geral | Casimiro de Abreu : Fragmento | 0 | 1.148 | 11/19/2010 - 16:54 | Português | |
Poesia Consagrada/Geral | Casimiro de Abreu : Anjo! | 0 | 1.201 | 11/19/2010 - 16:54 | Português | |
Poesia Consagrada/Geral | Casimiro de Abreu : Última folha | 0 | 1.009 | 11/19/2010 - 16:54 | Português | |
Poesia Consagrada/Dedicado | Casimiro de Abreu : À morte de Affonso de A. Coutinho Nesseder estudante da Escola Central | 0 | 1.285 | 11/19/2010 - 16:54 | Português | |
Poesia Consagrada/Geral | Casimiro de Abreu : Berço e túmulo | 0 | 884 | 11/19/2010 - 16:54 | Português | |
Poesia Consagrada/Geral | Casimiro de Abreu : Infância | 0 | 868 | 11/19/2010 - 16:54 | Português | |
Poesia Consagrada/Geral | Casimiro de Abreu : A uma platéia | 0 | 1.122 | 11/19/2010 - 16:54 | Português | |
Poesia Consagrada/Tristeza | Casimiro de Abreu : No túmulo dum menino | 0 | 2.391 | 11/19/2010 - 16:54 | Português | |
Poesia Consagrada/Dedicado | Casimiro de Abreu : A J. J. C. Macedo-Júnior | 0 | 1.510 | 11/19/2010 - 16:54 | Português | |
Poesia Consagrada/Geral | Casimiro de Abreu : Uma história | 0 | 991 | 11/19/2010 - 16:54 | Português | |
Poesia Consagrada/Dedicado | Casimiro de Abreu : No leito | 0 | 1.489 | 11/19/2010 - 16:54 | Português | |
Poesia Consagrada/Geral | Casimiro de Abreu : Pois não é?! | 0 | 861 | 11/19/2010 - 16:54 | Português | |
Poesia Consagrada/Geral | Casimiro de Abreu : Na estrada | 0 | 1.010 | 11/19/2010 - 16:54 | Português | |
Poesia Consagrada/Geral | Casimiro de Abreu : No jardim | 0 | 1.059 | 11/19/2010 - 16:54 | Português | |
Poesia Consagrada/Tristeza | Casimiro de Abreu : Horas tristes | 0 | 1.987 | 11/19/2010 - 16:54 | Português | |
Poesia Consagrada/Geral | Casimiro de Abreu : Dores | 0 | 990 | 11/19/2010 - 16:54 | Português | |
Poesia Consagrada/Geral | Casimiro de Abreu : Amor e medo | 0 | 1.054 | 11/19/2010 - 16:54 | Português | |
Poesia Consagrada/Geral | Casimiro de Abreu : Perdão! | 0 | 970 | 11/19/2010 - 16:54 | Português | |
Poesia Consagrada/Geral | Casimiro de Abreu : Mocidade | 0 | 1.043 | 11/19/2010 - 16:54 | Português | |
Poesia Consagrada/Geral | Casimiro de Abreu : Noivado | 0 | 924 | 11/19/2010 - 16:54 | Português | |
Poesia Consagrada/Geral | Casimiro de Abreu : De joelhos | 0 | 1.282 | 11/19/2010 - 16:54 | Português | |
Poesia Consagrada/Geral | Casimiro de Abreu : Três cantos | 0 | 881 | 11/19/2010 - 16:54 | Português | |
Poesia Consagrada/Geral | Casimiro de Abreu : Ilusão | 0 | 854 | 11/19/2010 - 16:54 | Português |
Add comment