CONCURSOS:
Edite o seu Livro! A corpos editora edita todos os géneros literários. Clique aqui.
Quer editar o seu livro de Poesia? Clique aqui.
Procuram-se modelos para as nossas capas! Clique aqui.
Procuram-se atores e atrizes! Clique aqui.
A CONCORDIA - E N T R E A M O R E A F O R T U N A - I
DRAMA PARA MUSICA, EM UM SÓ ACTO
Dedicado aos annos da illustrissima senhora D. Anna Joaquina Cardoso Accioli,
natural da Bahia
S' asconda Amor n'ella mia cetra, e dia
Sol concenti d'Amor la Musa mia.
Metast. Epithal.
ACTORES : AMOU — VENUS — A FORTUNA
Côro dou Amores e das Graças. — Genios adados,
que. acompanham a Fortuna
A scena se figura em um bosque aprazivel
SCENA I
Amor e os Amores
CÔRO
Oh seculos formosos,
De candidos costumes
Em vós mortaes, e numes
O jubilo egualou.
AMOR
Que encanto, que alegria,
Graça, esplendor, pureza
Na infante Natureza,
Em todo o ser, brilhou !
Então do tenro mundo
Á superficie amena
Descendo a Paz serena,
A terra em céo tornou.
CÔRO
Oh seculos formosos, etc.
AMOU
O sol, então recente
Lá na recente esphera,
De assidua primavera
Té brenhas esmaltou.
As ondas preguiçosas
A espaços desmanchando,
O mar fagueiro, e brando
N'arêa então brincou.
CÔRO
Oh seculos, etc.
AMOU
A um tempo ali se viram
O fructo, e flôr pendentes;
Em limpidas correntes
O nectar murmurou.
Em vós, oh almos dias
Amor era um thesouro;
Em vós, oh dias de ouro,
Tudo sentiu, e amou.
CÔRO
Oh seculos, etc.
AMOU
Ah que saudade eterna
Turvára ao mundo a face,
Se o Fado a Amor negasse
O bem, que lhe outorgou !
Dos dous ao rogo, ao mando,
Do somno em que jazia
Surgiu celeste dia.
E a Natureza ornou.
CÔRO
Oh seculos, etc.
AMOR
Um dia em que mais leda
A rara nuvem córa,
E vem trajando a Aurora
Galas, que nunca usou:
Um dia em que tão bella,
Ou mais do que Acidalia,
Nascendo a meiga Analia
O imperio meu firmou.
CÔRO
Oh seculos, etc.
AMOR
Alados socios meus, fervente origem
Do jubilo supremo,
Que as delicias do Olympo a Jove apura;
Numes do coração, reis do universo,
Amores, elle em nós hoje prospéra;
Hoje da fonte de immortaes luzeiros
De novo emana um dia,
Que exalte, que remoce a natureza.
Salvé, natal de Analia,
Salvé, luz, com que Aurora
Mais que de tantas mil se ensoberbece!
Quando apontou vaidosa a vez primeira
Na de purpura, e de ouro
Tenue, bordada nuvem,
Que aljofares entórna,
Não tinha o brilho, a côr de que se adorna.
Eis os campos de Amor, eis os meus campos,
Aureo terreno amigo,
Por quem Paphos enjeito, enjeito Idalia:
Aureo terreno amigo,
Onde mais que mortal parece o gosto,
Onde embalsama os ares,
Onde serena os rios,
Dá viço, dá matiz, dá mimo ás flôres
A salutar, fragrante
Respiração de Analia.
Analia, meu thesouro, e vosso encanto,
Merece a Amor, aos céos, aos Fados tanto.
ARIA
Verdes bosques, viçosas campinas,
Dos Amores suave morada,
Onde Analia mimosa, engraçada,
Qual a rosa louçã germinou:
Recamae-vos de tenras boninas,
Com que brinque Favonio ligeiro,
Que este dia, dos seus o primeiro,
Dos prazeres nas azas voltou.
Submited by
Poesia Consagrada :
- Se logue para poder enviar comentários
- 1989 leituras
other contents of Bocage
Tópico | Título | Respostas | Views |
Last Post![]() |
Língua | |
---|---|---|---|---|---|---|
Poesia Consagrada/Geral | EPIGRAMMAS LXXXV | 0 | 1.658 | 11/19/2010 - 16:55 | Português | |
Poesia Consagrada/Geral | EPIGRAMMAS LXXXVI | 0 | 1.261 | 11/19/2010 - 16:55 | Português | |
Poesia Consagrada/Geral | EPIGRAMMAS LXXXVII | 0 | 1.252 | 11/19/2010 - 16:55 | Português | |
Poesia Consagrada/Geral | EPIGRAMMAS LXII | 0 | 1.308 | 11/19/2010 - 16:55 | Português | |
Poesia Consagrada/Geral | EPIGRAMMAS LXIII | 0 | 1.499 | 11/19/2010 - 16:55 | Português | |
Poesia Consagrada/Geral | EPIGRAMMAS LXIV | 0 | 1.708 | 11/19/2010 - 16:55 | Português | |
Poesia Consagrada/Geral | EPIGRAMMAS LXV | 0 | 1.133 | 11/19/2010 - 16:55 | Português | |
Poesia Consagrada/Geral | EPIGRAMMAS LXVI | 0 | 1.708 | 11/19/2010 - 16:55 | Português | |
Poesia Consagrada/Geral | EPIGRAMMAS LXVII | 0 | 1.858 | 11/19/2010 - 16:55 | Português | |
Poesia Consagrada/Geral | EPIGRAMMAS LXVIII | 0 | 1.043 | 11/19/2010 - 16:55 | Português | |
Poesia Consagrada/Geral | EPIGRAMMAS LXIX | 0 | 1.531 | 11/19/2010 - 16:55 | Português | |
Poesia Consagrada/Geral | EPIGRAMMAS LXX | 0 | 2.496 | 11/19/2010 - 16:55 | Português | |
Poesia Consagrada/Geral | EPIGRAMMAS LXXI | 0 | 1.281 | 11/19/2010 - 16:55 | Português | |
Poesia Consagrada/Geral | EPIGRAMMAS LXXII | 0 | 978 | 11/19/2010 - 16:55 | Português | |
Poesia Consagrada/Geral | EPIGRAMMAS LXXIII | 0 | 1.962 | 11/19/2010 - 16:55 | Português | |
Poesia Consagrada/Geral | EPIGRAMMAS LXXIV | 0 | 1.310 | 11/19/2010 - 16:55 | Português | |
Poesia Consagrada/Geral | EPIGRAMMAS LXXIV | 0 | 1.529 | 11/19/2010 - 16:55 | Português | |
Poesia Consagrada/Geral | EPIGRAMMAS XLIX | 0 | 1.358 | 11/19/2010 - 16:55 | Português | |
Poesia Consagrada/Geral | EPIGRAMMAS L | 0 | 2.049 | 11/19/2010 - 16:55 | Português | |
Poesia Consagrada/Geral | EPIGRAMMAS LI | 0 | 1.580 | 11/19/2010 - 16:55 | Português | |
Poesia Consagrada/Geral | EPIGRAMMAS LII | 0 | 1.499 | 11/19/2010 - 16:55 | Português | |
Poesia Consagrada/Geral | EPIGRAMMAS LIII | 0 | 1.455 | 11/19/2010 - 16:55 | Português | |
Poesia Consagrada/Geral | EPIGRAMMAS LIV | 0 | 1.675 | 11/19/2010 - 16:55 | Português | |
Poesia Consagrada/Geral | EPIGRAMMAS LV | 0 | 1.466 | 11/19/2010 - 16:55 | Português | |
Poesia Consagrada/Geral | EPIGRAMMAS LVI | 0 | 1.796 | 11/19/2010 - 16:55 | Português |
Add comment