CONCURSOS:
Edite o seu Livro! A corpos editora edita todos os géneros literários. Clique aqui.
Quer editar o seu livro de Poesia? Clique aqui.
Procuram-se modelos para as nossas capas! Clique aqui.
Procuram-se atores e atrizes! Clique aqui.
As duas coroas
Há duas c'roas na terra,
Uma d'ouro cintilante
Com esmalte de diamante,
Na fronte do que é senhor;
Outra modesta e singela,
C'roa de meiga poesia,
Que a fronte ao vate alumia
Com a luz dum resplendor.
Ante a primeira se curvam
Os potentados da terra:
No bojo, que a morte encerra,
Sobre a líquida extensão,
Levam naus os seus ditames
Da peleja entre os horrores;
Vis escravos, crus senhores,
Preito e menagem lhe dão.
E quando o vate suspira
Sobre esta terra maldita,
Ninguém a voz lhe acredita,
Mas riem dos cantos seus:
Os anjos, não; porque sabem
Que essa voz é verdadeira,
Que é dos homens a primeira,
Enquanto a outra é de Deus!
Se eu fora rei, não te dera
Quinhão na régia amargura;
Nem te qu'ria, virgem pura,
Sentada sob o dossel,
Onde a dor tão viva anseia,
Tão cruel, tão funda late,
Como no peito que bate
Sob as dobras do burel.
Não te quisera no trono,
Onde a máscara do rosto,
Cobrindo o interno desgosto,
Ser alegre tem por lei;
Manda Deus, sim, que o rei chore;
Mas que chore ocultamente,
Porque, se o soubera a gente,
Ninguém quisera ser rei!
Mas o vate, quando sofre,
Modula em meigos acentos,
Seus doridos pensamentos,
A sua interna aflição;
E das lágrimas choradas
Extrai um bálsamo santo,
Que vale estancar o pranto
Nos olhos do seu irmão.
(...)
Submited by
Poesia Consagrada :
- Se logue para poder enviar comentários
- 926 leituras
other contents of AntonioGoncalvesDias
Tópico | Título | Respostas | Views | Last Post | Língua | |
---|---|---|---|---|---|---|
Fotos/ - | Gonçalves Dias | 0 | 1.070 | 11/24/2010 - 00:37 | Português | |
Poesia Consagrada/Geral | Rosa no mar! | 0 | 845 | 11/19/2010 - 16:54 | Português | |
Poesia Consagrada/Geral | Sempre ela | 0 | 894 | 11/19/2010 - 16:54 | Português | |
Poesia Consagrada/Geral | Se muito sofri já, não me perguntes | 0 | 768 | 11/19/2010 - 16:54 | Português | |
Poesia Consagrada/Amor | Se se morre de amor | 0 | 1.601 | 11/19/2010 - 16:54 | Português | |
Poesia Consagrada/Geral | Sobre o túmulo de um menino | 0 | 804 | 11/19/2010 - 16:54 | Português | |
Poesia Consagrada/Geral | Voltas e mortes glosados | 0 | 1.037 | 11/19/2010 - 16:54 | Português | |
Poesia Consagrada/Geral | Zulmira | 0 | 818 | 11/19/2010 - 16:54 | Português | |
Poesia Consagrada/Geral | Minha terra! | 0 | 1.001 | 11/19/2010 - 16:54 | Português | |
Poesia Consagrada/Geral | Não me deixes! | 0 | 782 | 11/19/2010 - 16:54 | Português | |
Poesia Consagrada/Geral | No jardim! | 0 | 847 | 11/19/2010 - 16:54 | Português | |
Poesia Consagrada/Amor | O Amor | 0 | 1.601 | 11/19/2010 - 16:54 | Português | |
Poesia Consagrada/Geral | O Gigante de Pedra | 0 | 798 | 11/19/2010 - 16:54 | Português | |
Poesia Consagrada/Geral | Oh! Que acordar! | 0 | 866 | 11/19/2010 - 16:54 | Português | |
Poesia Consagrada/Geral | Olhos Verdes | 0 | 967 | 11/19/2010 - 16:54 | Português | |
Poesia Consagrada/Geral | O que mais dói na vida | 0 | 830 | 11/19/2010 - 16:54 | Português | |
Poesia Consagrada/Geral | Palinódia | 0 | 834 | 11/19/2010 - 16:54 | Português | |
Poesia Consagrada/Geral | Pensas tu, bela Anarda, que os poetas | 0 | 1.175 | 11/19/2010 - 16:54 | Português | |
Poesia Consagrada/Geral | Que me Pedes | 0 | 865 | 11/19/2010 - 16:54 | Português | |
Poesia Consagrada/Geral | Retratação | 0 | 1.063 | 11/19/2010 - 16:54 | Português | |
Poesia Consagrada/Geral | Rola | 0 | 959 | 11/19/2010 - 16:54 | Português | |
Poesia Consagrada/Geral | A Tempestade | 0 | 1.041 | 11/19/2010 - 16:54 | Português | |
Poesia Consagrada/Geral | As artes são irmãs | 0 | 888 | 11/19/2010 - 16:54 | Português | |
Poesia Consagrada/Geral | As duas coroas | 0 | 926 | 11/19/2010 - 16:54 | Português | |
Poesia Consagrada/Geral | Canção | 0 | 906 | 11/19/2010 - 16:54 | Português |
Add comment