CONCURSOS:
Edite o seu Livro! A corpos editora edita todos os géneros literários. Clique aqui.
Quer editar o seu livro de Poesia? Clique aqui.
Procuram-se modelos para as nossas capas! Clique aqui.
Procuram-se atores e atrizes! Clique aqui.
FASTOS DAS METAMORPHOSES XIX
A apotheosis de Romulo, e Hersilia
(Traduzido do Livro XIV)
Tacio morrêra, e Romulo aos dous povos
Equilibrava as leis, quando Mavorte
Dos mortaes, e immortaes ao rei supremo
(Deposto o morrião) fallou d'est'arte:
«O tempo é vindo, oh pae (por quanto Roma
Em robusto alicerce está segura,
E um só braço a modera) é vindo o tempo
Em que alto galardão, promessa antiga
A mim, teu filho, a Romulo, teu neto,
Credor do grande premio, se effeitue,
E o destinado ao céo se roube á terra.
No conselho dos deuses tu outr'hora
Me disseste, senhor: (e o pio annuncio
Gravei no coração, gravei na mente)
— Erguido aos céos por ti será teu filho: —
Ratifica a palavra sacro-sancta.»
Ao guerreiro annuiu o omnipotente:
Os ares condensou de opacas nuvens,
No raio, no trovão pôz medo á terra.
O impavido Gradivio, á luz, o estrondo,
Vê que é dado o signal do rapto augusto.
E, firmado na lança, ao carro salta.
Brutos, oppressos de temão sanguento.
O sonoro flagello açouta, espérta,
Dirigindo-se o deus por entre os ares,
Pára no Palatino, umbroso cume,
E ao filho, que ali julga os seus Quirites,
Arrebata d'ali co'a mão nervosa.
Nas auras se lhe vae quanto é da morte,
Qual a plumbea porção que sáe da funda
Seu reçumante humor perde voando.
Toma o romano heróe radiosa face,
Face mais digna da morada eterna,
Tal como a que se vê na purpurada
Imagem de Quirino, imagem sua.
Por morto o claro esposo Hersilia chora:
Eis dos céos a rainha ordena a Iris
Que baixe ao mundo, e que á viuva excelsa
Estas benignas vozes pronuncie:
«Oh da gente sabina, e lacia gente
Honra primaria, singular matrona,
Já digna esposa d'um varão sublime,
Do deus Quirino agora esposa digna !
Não chores: se teu Ínclito consorte
Morrendo estás por vêr, segue-me os passos,
Comigo ao bosque vem, que lá verdeja
No cimo Quirinal, e assombra os lares
Do monarcha romano.» — Iris submissa
Pelo arco immenso de vistosas côres
Desce rapidamente: eil-a na terra,
E o que ella a Juno ouviu lhe escuta Hersilia.
«Oh deusa ! (proferiu a alta matrona,
De pejo os olhos elevando apenas)
Qual d'ellas és não sei, mas sei que és deusa:
Não cabe esse esplendor a um ente humano.
Guia, ah! Guia-me a vêr o ausente esposo:
Se olhal-o inda uma vez me daes, oh Fados,
A presença dos céos terei na sua.»
N'isto ao Romuleo monte se encaminha,
E lêda o sóbe co'a Thaumantia virgem.
Subito, das estrellas despegado,
Vem direito á montanha ethereo lume;
Os cabellos de Hersilia toca, inflamma,
E com ella apoz si revôa aos astros.
De Roma o fundador nos céos a acolhe;
Muda-lhe o corpo antigo, o antigo nome,
Ora lhe chama, e de Quirino ao lado
Gosa com elle dos romanos cultos.
Submited by
Poesia Consagrada :
- Se logue para poder enviar comentários
- 4004 leituras
other contents of Bocage
Tópico | Título | Respostas | Views | Last Post | Língua | |
---|---|---|---|---|---|---|
Poesia Consagrada/Geral | GLOSAS XXVI | 0 | 1.175 | 11/19/2010 - 16:55 | Português | |
Poesia Consagrada/Geral | GLOSAS XXVII | 0 | 1.547 | 11/19/2010 - 16:55 | Português | |
Poesia Consagrada/Geral | GLOSAS XXVIII | 0 | 987 | 11/19/2010 - 16:55 | Português | |
Poesia Consagrada/Geral | GLOSAS XXIX | 0 | 1.082 | 11/19/2010 - 16:55 | Português | |
Poesia Consagrada/Geral | GLOSAS XI | 0 | 1.078 | 11/19/2010 - 16:55 | Português | |
Poesia Consagrada/Geral | GLOSAS XII | 0 | 1.023 | 11/19/2010 - 16:55 | Português | |
Poesia Consagrada/Geral | GLOSAS XIII | 0 | 806 | 11/19/2010 - 16:55 | Português | |
Poesia Consagrada/Geral | GLOSAS XIV | 0 | 972 | 11/19/2010 - 16:55 | Português | |
Poesia Consagrada/Geral | GLOSAS XV | 0 | 738 | 11/19/2010 - 16:55 | Português | |
Poesia Consagrada/Geral | ALLEGORIAS II | 0 | 1.427 | 11/19/2010 - 16:54 | Português | |
Poesia Consagrada/Geral | GLOSAS I | 0 | 1.001 | 11/19/2010 - 16:54 | Português | |
Poesia Consagrada/Geral | GLOSAS II | 0 | 920 | 11/19/2010 - 16:54 | Português | |
Poesia Consagrada/Geral | GLOSAS III | 0 | 781 | 11/19/2010 - 16:54 | Português | |
Poesia Consagrada/Geral | GLOSAS IV | 0 | 1.541 | 11/19/2010 - 16:54 | Português | |
Poesia Consagrada/Geral | GLOSAS V | 0 | 1.216 | 11/19/2010 - 16:54 | Português | |
Poesia Consagrada/Geral | GLOSAS VI | 0 | 879 | 11/19/2010 - 16:54 | Português | |
Poesia Consagrada/Geral | GLOSAS VII | 0 | 549 | 11/19/2010 - 16:54 | Português | |
Poesia Consagrada/Geral | GLOSAS VIII | 0 | 777 | 11/19/2010 - 16:54 | Português | |
Poesia Consagrada/Geral | GLOSAS IX | 0 | 1.184 | 11/19/2010 - 16:54 | Português | |
Poesia Consagrada/Geral | GLOSAS X | 0 | 1.400 | 11/19/2010 - 16:54 | Português | |
Poesia Consagrada/Geral | CANÇONETAS IV | 0 | 1.011 | 11/19/2010 - 16:54 | Português | |
Poesia Consagrada/Geral | CANÇONETAS V | 0 | 998 | 11/19/2010 - 16:54 | Português | |
Poesia Consagrada/Geral | CANÇONETAS VI | 0 | 1.095 | 11/19/2010 - 16:54 | Português | |
Poesia Consagrada/Geral | CANÇONETAS VII | 0 | 892 | 11/19/2010 - 16:54 | Português | |
Poesia Consagrada/Geral | ENDECHAS I | 0 | 687 | 11/19/2010 - 16:54 | Português |
Add comment