CONCURSOS:

Edite o seu Livro! A corpos editora edita todos os géneros literários. Clique aqui.
Quer editar o seu livro de Poesia?  Clique aqui.
Procuram-se modelos para as nossas capas! Clique aqui.
Procuram-se atores e atrizes! Clique aqui.

 

GLOSAS IV

4

Perguntei a Amor, e á Sorte,
Se. tem remedio o meu mal;
Respondeu-me em tom severo
— Que o não tem, porque é mortal.

GLOSA

Eu, que sinto o peito arder
Na pura neve d'Isbela,
Que um volver dos olhos d'ella
Não posso ao menos obter:
Cançado emfim de soffrer
Vida peor do que a morte,
Em paixão tão cega, e forte
Que já passa a desatino,
Qual seria o meu destino
«Perguntei a Amor, e á Sorte.»

«Numes! Poderosos numes !
(Clamaram meus labios tristes)
Vós, que de mim sempre ouvistes
Brados, suspiros, queixumes;
Vós, que as ancias, os ciumes
Lancaes n'esta alma leal;
Vós, que permittis que um tal
Incendio me offenda, e queime,
Ah! Consolae-me, dizei-me
«Se tem remedio o meu mal ?»

Disse; e logo o deus alado
Que céos, e terra avassalla,
Com voz soberba assim falia
Á deusa, que tinha ao lado:
«D'este amante o cruel fado
Que exponhas, oh Sorte, eu quero;
Ergue a voz, pois te assevero
Que o seu pranto me importuna.»
Calou se Amor, e a Fortuna
«Respondeu-me em tora severo:»

«Tu, que dourada corrente
Toléras, mostras, arrastas:
Que os dias, e as noutes gastas
Em chôro infeliz, e ardente:
Tu, que buscas finalmente
Remedio prompto, e cabal
A tua dôr sem egual;
Sabe, para teu terror,
Que o não tem, porque é de Amor,
«Que o não tem, porque é mortal.»

Submited by

segunda-feira, setembro 21, 2009 - 00:52

Poesia Consagrada :

No votes yet

Bocage

imagem de Bocage
Offline
Título: Membro
Última vez online: há 13 anos 33 semanas
Membro desde: 10/12/2008
Conteúdos:
Pontos: 1162

Add comment

Se logue para poder enviar comentários

other contents of Bocage

Tópico Título Respostas Views Last Postícone de ordenação Língua
Poesia Consagrada/Soneto Soneto da Puta Assombrosa 0 844 11/19/2010 - 16:49 Português
Poesia Consagrada/Soneto Soneto das Glórias Carnais 0 1.017 11/19/2010 - 16:49 Português
Poesia Consagrada/Soneto Soneto de Todas as Putas 0 870 11/19/2010 - 16:49 Português
Poesia Consagrada/Soneto Soneto do Adeus às Putas 0 855 11/19/2010 - 16:49 Português
Poesia Consagrada/Soneto Soneto do Caralho Apatetado 0 1.248 11/19/2010 - 16:49 Português
Poesia Consagrada/Soneto Soneto do Caralho Decadente 0 1.360 11/19/2010 - 16:49 Português
Poesia Consagrada/Soneto Soneto do Caralho Governante 0 1.377 11/19/2010 - 16:49 Português
Poesia Consagrada/Soneto Soneto do Coito Interrompido 0 1.154 11/19/2010 - 16:49 Português
Poesia Consagrada/Soneto Soneto do Gozador Coçador 0 895 11/19/2010 - 16:49 Português
Poesia Consagrada/Soneto Soneto do Gozo Vitorioso 0 1.497 11/19/2010 - 16:49 Português
Poesia Consagrada/Soneto Soneto do Juramento 0 787 11/19/2010 - 16:49 Português
Poesia Consagrada/Soneto Soneto do Lascivo Pezinho 0 1.274 11/19/2010 - 16:49 Português
Poesia Consagrada/Soneto Soneto do Ofício Meretrício 0 717 11/19/2010 - 16:49 Português
Poesia Consagrada/Soneto Soneto do Mouro Desmoralizado 0 1.326 11/19/2010 - 16:49 Português
Poesia Consagrada/Soneto Soneto do Padre Patife 0 1.236 11/19/2010 - 16:49 Português
Poesia Consagrada/Soneto Soneto do Pau Decifrado 0 1.080 11/19/2010 - 16:49 Português
Poesia Consagrada/Soneto Soneto do Prazer Efêmero 0 1.286 11/19/2010 - 16:49 Português
Poesia Consagrada/Soneto Soneto do Prazer Maior 0 1.731 11/19/2010 - 16:49 Português
Poesia Consagrada/Soneto Soneto do Pregador Pecador 0 1.253 11/19/2010 - 16:49 Português
Poesia Consagrada/Soneto Soneto do Velho Escandaloso 0 1.095 11/19/2010 - 16:49 Português
Poesia Consagrada/Soneto Soneto Dramático 0 842 11/19/2010 - 16:49 Português
Poesia Consagrada/Soneto Soneto Maçônico 0 1.997 11/19/2010 - 16:49 Português
Poesia Consagrada/Soneto Soneto Napoleônico 0 1.280 11/19/2010 - 16:49 Português
Poesia Consagrada/Soneto Soneto Anal 0 1.143 11/19/2010 - 16:49 Português
Poesia Consagrada/Soneto Soneto Ascoroso 0 1.017 11/19/2010 - 16:49 Português