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GLOSAS XIII

13

Meigos sorrisos de amor.

A minha imaginação
Escura sempre, e funesta,
Males sobre males me empresta
Ao misero coração:
As amarguras estão
Com o dente roedor
Cercando esta alma de horror;
Eu morro, acabo infeliz,
Se acaso não me acudís,
«Meigos sorrisos de amor.»

Lilia, mais bella que as flores,
Mais bella que o paraiso,
Depois de dar-me um sorriso
Me deu mil encantadores:
De delicias percursores,
Ternos mimos inda em flor
Me fizeram sabedor
De arcanos; já, já conheço,
Já, já sei que não têm preço
«Meigos sorrisos de amor.»

Habíto ameno desvio
Da gente, e vícios tambem;
Este logar flores tem,
Tem um valle, e tem um rio:
Verde arvoredo sombrio
Aqui mostra o fructo, a flor;
Que logar encantador!
Que logar, que vale tanto!
Só me faltaes n'este encante,
«Meigos sorrisos de amor.»

Tempestades esbravejam,
Fuzilam nuvens medonhos,
E as esperanças tardonhas
Já dentro do peito arquejam:
Subir aos astros forcejam
Mil sombras de negra côr;
Ah! N'este mal, n'este horror,
N'este assanhado Oceano,
Sêde Santelmos d'Elmano,
«Meigos sorrisos de amor.»

Cypria, abrindo os tenues ares,
Das Graças a mãe formosa,
Desce na concha lustrosa
A superficie dos mares:
Lá se encolhem os pezares,
Lá se vai sumindo a dôr;
O desespêro, o pavor
A seus lindos olhos cedem:
Lá vem Venus, e a precedem
«Meigos sorrisos de amor.»

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segunda-feira, outubro 5, 2009 - 16:49

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Bocage

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