CONCURSOS:

Edite o seu Livro! A corpos editora edita todos os géneros literários. Clique aqui.
Quer editar o seu livro de Poesia?  Clique aqui.
Procuram-se modelos para as nossas capas! Clique aqui.
Procuram-se atores e atrizes! Clique aqui.

 

O Primeiro Filho

O Primeiro Filho

(Carta ao amigo Bernardo Pindela)

Entre tanta miséria e tantas coisas vis
Deste vil grão de areia,
Ainda tenho o condão de me sentir feliz
Com a ventura alheia.

À minha noite triste, à noite tormentosa,
Onde busco a verdade,
Chegou com asas d'oiro a canção cor-de-rosa
Da tua felicidade.

És pai, viste nascer um fragmento d'aurora
Da tua alma, de ti...
Oh, momento divino em que o sorriso chora,
E em que o pranto sorri!

Que ventura radiante! oh que ventura infinda!
Olímpicos amores
Ter frutos em Abril com o vergel ainda
Carregado de flores!

Deslumbramento!... ver num berço o teu futuro
Sorrindo ao teu presente!...
Ter a mulher e a mãe: juntar o beijo puro
Com o beijo inocente!...

Eu que vou, javali de flanco ensanguentado,
Pelos rudes caminhos
Ajoelho quando escuto à beira dum valado
Os murmúrios dos ninhos!

Em tudo que alvorece há um sorriso d'esperança,
Candura imaculada!...
E quer seja na flor, quer seja na criança
Sente-se a madrugada.

Quando, como um aroma, o hálito da infância
Passa nos lábios meus
Vejo distintamente encurtar-se a distância
Entre a minh'alma e Deus.

A mão para apontar o azul, mão cor-de-rosa
Que aconselha e domina,
Será tanto mais forte e tanto mais bondosa
Quanto mais pequenina.

Guerra Junqueiro

Submited by

terça-feira, abril 7, 2009 - 23:21

Poesia Consagrada :

No votes yet

GuerraJunqueiro

imagem de GuerraJunqueiro
Offline
Título: Membro
Última vez online: há 13 anos 23 semanas
Membro desde: 04/07/2009
Conteúdos:
Pontos: 117

Add comment

Se logue para poder enviar comentários

other contents of GuerraJunqueiro

Tópico Título Respostas Views Last Postícone de ordenação Língua
Fotos/ - Guerra Junqueiro 0 923 11/24/2010 - 00:37 Português
Poesia Consagrada/Geral Fiel 0 720 11/19/2010 - 16:49 Português
Poesia Consagrada/Geral Como se faz um Monstro 0 969 11/19/2010 - 16:49 Português
Poesia Consagrada/Geral Aos Simples 0 795 11/19/2010 - 16:49 Português
Poesia Consagrada/Geral Parasitas 0 728 11/19/2010 - 16:49 Português
Poesia Consagrada/Geral O Papão 0 672 11/19/2010 - 16:49 Português
Poesia Consagrada/Geral Canção Perdida 0 814 11/19/2010 - 16:49 Português
Poesia Consagrada/Geral A Moleirinha 0 1.025 11/19/2010 - 16:49 Português
Poesia Consagrada/Dedicado Oração ao pão 0 741 11/19/2010 - 16:49 Português
Poesia Consagrada/Geral O dinheiro de São Pedro 0 635 11/19/2010 - 16:49 Português
Poesia Consagrada/Geral Calembur 0 1.185 11/19/2010 - 16:49 Português
Poesia Consagrada/Geral Em Viagem 0 659 11/19/2010 - 16:49 Português
Poesia Consagrada/Geral Carta a F. 0 759 11/19/2010 - 16:49 Português
Poesia Consagrada/Geral Adoração 0 654 11/19/2010 - 16:49 Português
Poesia Consagrada/Geral Portugal 0 720 11/19/2010 - 16:49 Português
Poesia Consagrada/Geral Regresso ao Lar 0 656 11/19/2010 - 16:49 Português
Poesia Consagrada/Geral A Benção da Locomotiva 0 994 11/19/2010 - 16:49 Português
Poesia Consagrada/Geral Fome no Ceará 0 685 11/19/2010 - 16:49 Português
Poesia Consagrada/Geral A Lágrima 0 801 11/19/2010 - 16:49 Português
Poesia Consagrada/Geral Apelo 0 630 11/19/2010 - 16:49 Português
Poesia Consagrada/Geral A Torre de Babel ou a porra do Soriano 0 773 11/19/2010 - 16:49 Português
Poesia Consagrada/Amor Baptismo de Amor 0 1.278 11/19/2010 - 16:49 Português
Poesia Consagrada/Aforismo Quando a alma... 0 1.018 11/19/2010 - 16:49 Português
Poesia Consagrada/Geral O Melro 0 711 11/19/2010 - 16:49 Português
Poesia Consagrada/Geral Vendo-a Sorrir 0 855 11/19/2010 - 16:49 Português