CONCURSOS:
Edite o seu Livro! A corpos editora edita todos os géneros literários. Clique aqui.
Quer editar o seu livro de Poesia? Clique aqui.
Procuram-se modelos para as nossas capas! Clique aqui.
Procuram-se atores e atrizes! Clique aqui.
Os captivos
Encostados ás grades da prisão,
Olham o céo os palidos captivos.
Já com raios obliquos, fugitivos,
Despede o sol um ultimo clarão.
Entre sombras, no longe, vagamente,
Morrem as vozes na extensão saudosa.
Cae do espaço, pesada, silenciosa,
A tristeza das cousas, lentamente.
E os captivos suspiram. Bandos de aves
Passam velozes, passam apressados,
Como absortos em intimos cuidados,
Como absortos em pensamentos graves.
E dizem os captivos: Na amplidão
Jamais se extingue a eterna claridade...
A ave tem o vôo e a liberdade...
O homem tem os muros da prisão!
Aonde ides? qual é vossa jornada?
Á luz? á aurora? á immensidade? aonde?
— Porém o bando passa e mal responde:
Á noite, á escuridão, ao abysmo, ao nada! —
E os captivos suspiram. Surge o vento,
Surge e perpassa esquivo e inquieto,
Como quem traz algum pezar secreto,
Como quem soffre e cala algum tormento.
E dizem os captivos: Que tristezas,
Que segredos antigos, que desditas,
Caminheiro de estradas infinitas,
Te levam a gemer pelas devezas?
Tu que procuras? que visão sagrada
Te acena da soidão onde se esconde?
— Porém o vento passa e só responde:
A noite, a escuridão, o abysmo, o nada! —
E os captivos suspiram novamente.
Como antigos pezares mal extinctos,
Como vagos desejos indistinctos,
Surgem do escuro os astros, lentamente.
E fitam-se, em silencio indecifravel,
Contemplam-se de longe, mysteriosos,
Como quem tem segredos dolorosos,
Como quem ama e vive inconsolavel...
E dizem os captivos: Que problemas
Eternos, primitivos vos attrahem?
Que luz fitaes no centro d'onde saem
A flux, em jorro, as intuições supremas?
Por que esperaes? n'essa amplidão sagrada
Que soluções esplendidas se escondem?
— Porém os astros tristes só respondem:
A noite, a escuridão, o abysmo, o nada! —
Assim a noite passa. Rumorosos
Susurram os pinhaes meditativos,
Encostados ás grades, os captivos
Olham o céo e choram silenciosos.
Submited by
Poesia Consagrada :
- Se logue para poder enviar comentários
- 713 leituras
other contents of AnterodeQuental
Tópico | Título | Respostas | Views |
Last Post![]() |
Língua | |
---|---|---|---|---|---|---|
Poesia Consagrada/Soneto | Espectros | 0 | 838 | 11/19/2010 - 15:51 | Português | |
Poesia Consagrada/Soneto | Á Virgem Santissima | 0 | 564 | 11/19/2010 - 15:51 | Português | |
Poesia Consagrada/Soneto | Nox | 0 | 706 | 11/19/2010 - 15:51 | Português | |
Poesia Consagrada/Soneto | Em viagem | 0 | 713 | 11/19/2010 - 15:51 | Português | |
Poesia Consagrada/Soneto | Quia aeternus | 0 | 462 | 11/19/2010 - 15:51 | Português | |
Poesia Consagrada/Soneto | No turbilhão | 0 | 591 | 11/19/2010 - 15:51 | Português | |
Poesia Consagrada/Soneto | Ignotus | 0 | 758 | 11/19/2010 - 15:51 | Português | |
Poesia Consagrada/Soneto | Uma Amiga | 0 | 993 | 11/19/2010 - 15:51 | Português | |
Poesia Consagrada/Soneto | A uma mulher | 0 | 770 | 11/19/2010 - 15:51 | Português | |
Poesia Consagrada/Soneto | Voz do Outomno | 0 | 790 | 11/19/2010 - 15:51 | Português | |
Poesia Consagrada/Soneto | Sepultura romântica | 0 | 417 | 11/19/2010 - 15:51 | Português | |
Poesia Consagrada/Soneto | A idéia | 0 | 530 | 11/19/2010 - 15:51 | Português | |
Poesia Consagrada/Soneto | Diálogo | 0 | 547 | 11/19/2010 - 15:51 | Português | |
Poesia Consagrada/Soneto | Mais luz! | 0 | 693 | 11/19/2010 - 15:51 | Português | |
Poesia Consagrada/Soneto | Tese e Antítese | 0 | 479 | 11/19/2010 - 15:51 | Português | |
Poesia Consagrada/Soneto | Justitia Mater | 0 | 748 | 11/19/2010 - 15:51 | Português | |
Poesia Consagrada/Soneto | Palavras d'um certo Morto | 0 | 540 | 11/19/2010 - 15:51 | Português | |
Poesia Consagrada/Soneto | A um poeta | 0 | 748 | 11/19/2010 - 15:51 | Português | |
Poesia Consagrada/Soneto | Hino à Razão | 0 | 580 | 11/19/2010 - 15:51 | Português | |
Poesia Consagrada/Soneto | Homo | 0 | 559 | 11/19/2010 - 15:51 | Português | |
Poesia Consagrada/Soneto | Disputa em familia | 0 | 455 | 11/19/2010 - 15:51 | Português | |
Poesia Consagrada/Soneto | Abnegação | 0 | 828 | 11/19/2010 - 15:51 | Português | |
Poesia Consagrada/Soneto | Aparição | 0 | 1.025 | 11/19/2010 - 15:51 | Português | |
Poesia Consagrada/Soneto | Acordando | 0 | 616 | 11/19/2010 - 15:51 | Português | |
Poesia Consagrada/Soneto | Mãe... | 0 | 721 | 11/19/2010 - 15:51 | Português |
Add comment