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A VIRTUDE LAUREADA - V

DRAMA PARA MUSICA, EM UM SÓ ACTO

SCENA V

(Carcere subterraneo, onde estarão os Vicios e os Crimes agrilhoados,
exprimindo variamente nos gestos a sua desesperação).

A Policia com Guardas

POLICIA

Contra os vicios communs, que pouco empecem,
Exercer correcções não só me é dado.
Velae, guardas fieis, sobre os perversos,
Que a Policia commette ao zelo vosso,
Até que o raio Némesis dispare
Co'a ferrea voz de tribunal supremo.
Eu dos crimes terror, dos crimes freio,
A supplicio exemplar, que sare a patria
D'impia contagião, reservo aquelle
De todos o mais duro, o mais funesto.
Que, instrumento servil de atroz vingança,
Tingiu vendida mão no sangue alheio.
Ao cutélo de Astréa em vão furtaste
Colo rebelde ás leis, oh tu, cruento
Lobo nocturno, que, vibrando as garras,
A mansos cidadãos ouro, existencia
De mixtura usurpavas, sem que ao menos
Tremesse o coração, as mãos tremessem.
Estes, mais que nenhuns, velar se devem,
Estes nas feias, subterraneas sombras
Para o pavor da morte a mente ensaiem.
Eu, luz do bom Luceno, eu alma, eu tudo,
Corro entretanto, a suggerir-lhe idéas,
Com que os publicos bens floreçam, medrem.
A Sciencia, e Penuria, antigas socias,
Em seus lares por elle ha pouco ouvidas,
O fertil patrocinio lhe imploraram.
Em lagrimas lhes deu penhor singelo
De tirme protecção: vós, indigentes,
Seus effeitos vereis, vereis, oh sabios,
Que a mente, e o coração por vós divido.

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domingo, outubro 25, 2009 - 17:52

Poesia Consagrada :

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Bocage

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