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Dia de chuva!
Saiu feliz da vida, pensando: “choveu bênçãos na missa”...
” Mas ei, cadê o guarda-chuva?”
Distraída, deixou no banco da primeira fila, já não era a primeira vez.
Moça inteligente, alegre, feliz, porém distraída! Foi buscá-lo de volta, ainda poderia chover.
Seguiu para o posto médico.
Fila imensa, para receber os remédios. Horas depois, conferiu, ajeitou-os na bolsa e saiu. E o guarda-chuva?
Voltou apressada e mal pôde acreditar ao ver a mulher que ia passando num gesto sorrateiro e à vista de todos, indo embora com seu guarda-chuva.
Decidiu então “distrair-se” em um lugar onde o sonho da honestidade não podia ser roubado.
Foi entreter-se na livraria, onde livros coloridos cheios de histórias e sonhos é a medida certa para os encantos da vida, dos gestos e palavras, suaves como a brisa, belos como a arte.
Com a reforma daquela livraria, ainda mais confortável e apaixonante, passar por ali foi a melhor sensação do dia para suas distrações, uma eternidade em um piscar de olhos.
Ali ficou horas, distraída, sem culpa nem julgamento. Só cultura e alegria.
Folheou páginas, apreciou figuras, autores, assuntos, curiosidades, gastronomia, hum... gastronomia!
O cérebro pensava, a alma suspirava, mas o estômago já queria degustar. Tinha que virar a página, ou melhor, fechar todas as páginas que a distraíram até cair a noite. Só restava partir, rumo ao lar doce lar.
“O dia não foi perdido”, refletiu... “sobrevivi ao desencanto da desonestidade, mas tudo passa, o tempo, a chuva... eu também passei por aqui, me abasteci. Agora vou abastecer outras necessidades. Amanhã é outro dia, outra emoção, sonhos, tarefas, distrações, cores, rimas, dores “...
O melhor lugar é onde se pode sonhar, criar, sorrir, distrair.
Ainda que a chuva não venha, sem que um guarda-chuva se tenha, as chuvas de bênçãos sempre cairão, até que a luz do dia brilhe na alma de cada um a imagem perfeita de ser feliz.
Foi embora, caminhando com suas idéias,palavras dançando no tempo...
E começou a chover.
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